A mulher de Sílvio Fernandes Rodrigues, suspeito de matar e esquartejar duas crianças em um “templo satânico”, foi presa na manhã desta sexta-feira (12). Ela foi autuada e presa em flagrante pelo furto qualificado de energia elétrica usada no sítio, localizado em Morungava, em Gravataí, onde teria ocorrido o ritual.
Aline Mello, de 28 anos, foi presa depois que a energia elétrica foi cortada pela concessionária de energia. Ela foi liberada por volta das 20h desta sexta-feira após ser encaminhada ao Presídio Madre Pelletier, em Porto Alegre.
No momento da abordagem, o suposto templo estava fechado. A mulher só abriu os portões após um pedido da polícia para verificar a instalação de energia. Depois da constatação do furto qualificado, Aline foi presa e encaminhada ao DEIC, em Porto Alegre.
A ação foi coordenada pela delegada Marina Ver Goltz, da DRCP (Delegacia de Repressão aos Crimes contra o Patrimônio de Concessionárias e Serviços Delegados) do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais).
Segundo a delegada, a ligação clandestina ocorria com dois fios ligados diretamente no poste da rua, em frente ao templo. O sítio nunca sequer teve pedido de ligação elétrica solicitado à RGE.
O templo
O sítio onde ocorreu a ação contra o furto de energia elétrica nesta sexta-feira é considerado pela polícia como sendo o local onde duas crianças foram mortas em um ritual satanista. O duplo homicídio em uma cerimônia de sacrifício a um deus pagão teria ocorrido em setembro do ano passado, a pedido de dois empresários de Novo Hamburgo.
Conforme a Polícia, Sílvio Fernandes Rodrigues, autointitulado “mestre e bruxo” teria comandado o sacrifício. Os empresários Paulo Ademir Norbert da Silva e Jair da Silva, o “Jair dos Porcos”, teriam pago R$ 25 mil à vista para Rodrigues pela oferenda ao deus Moloque, em troca de prosperidade nos negócios que possuem no ramo imobiliário. Ao todo, “Mestre Silvio”, como é conhecido, e mais seis discípulos são acusados do crime.
Perícia feita nos corpos apontou que as crianças foram mortas e esquartejadas. As vítimas são dois irmãos por parte de mãe, mas de pais diferentes. O menino tinha entre 8 a 10 anos e a menina de 10 a 12. Além dos corps mutilas, as cabeças não foram encontradas até agora, mais de quatro meses depois que as ossadas foram descobertas em duas oportunidades, em Lomba Grande, distrito de Novo Hamburgo.