O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/Mprj) e a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) deflagraram, hoje (4), a operação Camelus para cumprir mandados de busca e apreensão contra oito denunciados, acusados de integrarem um grupo criminoso com atuação no Centro Comercial da Uruguaiana (CCU), conhecido como Camelódromo da Uruguaiana, no centro do Rio de Janeiro.
A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) informou que os mandados estão sendo cumpridos em endereços de diversos municípios do estado, inclusive da Baixada Fluminense.
Segundo a Sepol, as investigações indicam “indícios de que tanto a atual administração do CCU, quanto a antiga, praticam extorsões e aquisições e boxes de forma irregular no mercado popular da Uruguaiana”.
Como o grupo agia
Conforme denúncia oferecida à Justiça pelo Ministério Público, no período de abril de 2015 a maio de 2018, com a participação de agentes públicos, os denunciados praticavam, entre outros, crimes de extorsão de comerciantes, venda e cessão irregular de espaço público permissionário, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
As investigações indicaram ainda que praticavam outras irregularidades, colocando em risco a vida de comerciantes e frequentadores do local.
De acordo com o Ministério Público, o grupo utilizava esquema criminoso para, por meio da associação de comerciantes do local, “usurpar funções públicas que deveriam ser desempenhadas pelo estado e pelo município do Rio de Janeiro, utilizando-se ainda de agentes públicos, responsáveis por inibir a efetiva fiscalização e garantir a omissão estatal, viabilizando assim a construção irregular em espaço público, alteração fraudulenta de titularidade de boxes no cadastro de permissionários junto à Prefeitura, bem como o fomento às demais práticas criminosas”.
Após a denúncia do Gaeco/Mprj, a Justiça determinou o afastamento dos integrantes da organização criminosa de suas funções no Centro Comercial Uruguaiana, e ainda de um servidor municipal denunciado de toda e qualquer atividade vinculada à Secretaria Municipal de Ordem Pública e à Coordenadoria de Licenciamento e Fiscalização, sem prejuízo de sua designação para outra atividade administrativa, até o julgamento do mérito.