Plenário da Câmara é invadido por manifestantes pedindo intervenção militar e sessão é suspensa

Manifestantes o plenário da Câmara dos Deputados, na tarde desta quarta-feira (16). Houve tumulto, a sessão foi suspensa e o local fechado. O grupo, formado por cerca de 50 pessoas de 10 estados do país, gritava as palavras: “Queremos general”. A porta de vidro que dá acesso ao plenário foi quebrada.

No momento, os deputados discursavam antes do início da Ordem do Dia da sessão extraordinária. O 1º vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), suspendeu os trabalhos e pediu à polícia legislativa que ajudasse na remoção dos manifestantes, segundo a Agência Câmara.

Alguns deputados conversam com os manifestantes e tentam negociar uma saída deles do local. O vice-líder do PMDB, deputado Darcísio Perondi (RS), disse que os manifestantes apresentaram uma pauta de reivindicações, em que pedem fim dos supersalários, fim da corrupção, intervenção militar e a vinda de um general para negociar a saída deles do plenário. Eles se denominam integrantes de um grupo chamado Intervencionistas. A mobilização foi feita por meio das redes sociais.

Segundo o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), a polícia legislativa pediu aos parlamentares que deixassem o plenário por segurança, pois havia a informação de que alguns manifestantes estariam armados. O deputado disse que a bandeira do Brasil, que fica no plenário, foi retirada e jogada no chão.

Os manifestantes entraram no Salão Verde como visitantes. Eles quebraram a porta de vidro, empurraram os três seguranças, que estavam na porta do local, e entraram no plenário gritando palavras de ordem como: “Viva Sergio Moro”, “Nossa bandeira nunca será vermelha”. Um segurança ficou ferido. Não há informações se manifestantes ficaram feridos.

A Polícia Legislativa retirou todos os jornalistas do plenário e das galerias alegando questões de segurança. Os profissionais ficaram no Salão Verde, do lado de fora do plenário, onde também havia manifestantes e curiosos.

Manifestantes deixam Câmara e sessão é retomada

Quando todos os manifestantes que invadiram o Plenário da Câmara dos Deputados deixaram o local, a sessão foi retomada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Antes, Maia determinou ao Departamento de Polícia Legislativa que prendesse todos os manifestantes que invadiram o plenário da Câmara. Eles foram levados pelas polícias Federal e Legislativa.

“Eles entraram no plenário, depredaram e a ordem que dei ao diretor do Depol é que todos saiam daqui presos e sejam levados com o apoio da Polícia Federal, porque nós não vamos aceitar esse tipo de abuso e de agressão ao Parlamento”, disse Maia.

Os manifestantes detidos pela Polícia Legislativa foram levados para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília. De acordo com assessoria de imprensa da Câmara, os envolvidos na invasão serão indiciados com base na lei que define crime contra a segurança nacional por tentativa de impedir o trabalho de um dos Três Poderes. A pena prevista para esse crime é de dois a seis anos de prisão.

Além disso, dois manifestantes identificados como agressores de um policial legislativa e um assessor parlamentar, serão indiciados também por dano qualificado e lesão corporal.

A decisão sobre a permanência na sede da PF ou liberação dos manifestantes caberá à Polícia Federal.

Temer condena invasão da Câmara e diz que casos como esse serão combatidos

O presidente Michel Temer criticou a invasão do plenário da Câmara dos Deputados e disse que atitudes como essa devem ser “combatidas à luz da lei, em defesa da garantia de integridade de cada uma das instituições de Estado”.

Por meio do porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, Temer disse que a entrada dos cerca de 50 manifestantes no local representa uma “afronta” à Câmara, instituição que representa a “soberania popular”.

“A Constituição Federal garante a todos o livre direito à manifestação de suas opiniões, mas não protege a agressão e desrespeito institucional. Em uma democracia o valor a ser preservado é o do respeito à livre expressão e da busca de apoio pelo convencimento e argumentação”, disse Parola.