A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (21), a Operação Alforje. O objetivo é apurar supostos desvios de recursos públicos relacionados em um convênio firmado entre a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), através da SUINFRA (Superintendência de Infraestrutura), e a FAURGS (Fundação de Apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
De acordo com a PF, cerca de 40 policiais federais cumprem 11 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre (9), Viamão (1) e Gravataí (1). A Justiça Federal determinou o afastamento cautelar de cinco servidores públicos. Também foram expedidas pelo juizado bloqueio de contas e de veículos dos investigadas.
Conforme as investigações, o convênio estabeleceu o repasse de 11,4 milhões de reais à FAURGS. Pelo documento, a Fundação seria responsável pela elaboração conjunta de projetos nas áreas de engenharia e arquitetura. O acordo teria vigência entre 2015 a 2017.
O inquérito, instaurado em setembro de 2018, apura pagamentos com indicativo de irregularidades em favor de beneficiários selecionados sem critérios técnicos. Conforme a PF, estes já são vinculados à UFRGS ou à FAURGS.
O esquema também funcionava para complementar a renda dos servidores da Universidade investigados, através do recebimento das bolsas. De acordo com a investigação, há casos de profissionais com formação diferente do objeto do convênio, mas que eram bolsistas. Os dados da execução e da prestação de contas também são mínimos ou inexistentes.
A suspeita é que mais de uma centena de pessoas podem ter sido indevidamente favorecidas pela aplicação irregular dos recursos. Os investigados poderão responder por crimes como peculato, falsidade ideológica e associação criminosa.
A ação de hoje foi nomeada “Alforge”, um tipo de bolsa composta por dois compartimentos, distribuídos de forma que o peso de um seja contrabalanceado pelo do outro.