PF faz operação para investigar desvio de recursos públicos em confederações esportivas

O objetivo de desarticular uma quadrilha responsável por fraudes em licitações e desvio de recursos públicos cedidos pelo Ministério do Esporte, por meio de convênios, a diversas confederações esportivas.

A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União, deflagrou hoje (24) a Operação Nemeus. O objetivo de desarticular uma quadrilha responsável por fraudes em licitações e desvio de recursos públicos cedidos pelo Ministério do Esporte, por meio de convênios, a diversas confederações esportivas.
Policiais federais dão cumprimento a 16 mandados judiciais no Caxias do Sul, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Manaus, em escritórios e residências de pessoas suspeitas de integrarem a quadrilha. Em Caxias do Sul, foi cumprido um mandado de condução coercitiva a um advogado.
No Rio de Janeiro, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, quatro conduções coercitivas, um mandado de prisão preventiva e também uma notificação judicial de afastamento do presidente da Confederação de Taekwondo. Diligências também foram realizadas nas sedes da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo e na Confederação Brasileira de Taekwondo, e em empresas ligadas às fraudes.
A operação teve como foco os convênios nos quais a empresa SB Marketing, empresa que oferecia os serviços, com sede no Rio de Janeiro, ganhou a assessoria de várias confederações. A investigação sobre o esquema de fraude durou três anos e abrangeu mais de um inquérito policial.
“Os dois convênios investigados nessa fase da operação envolviam R$ 3 milhões. Mas essa empresa ganhou esse serviço de assessoria em pelo menos 14 contratos. O total dos convenios é  de R$ 26 milhões, não necessariamente provindos de fraudes”, afirmou o delegado Tácio.
A PF investiga se houve fraude nas licitações e preços de serviços oferecidos acima do mercado, além de irregularidades na execução dos contratos. Notas fiscais frias encontradas durante a investigação podem indicar casos de corrupção. “Nos procedimentos licitatórios há empresas concorrendo com elas que, quando chamamos os donos, eles negaram que tiveram participado”, explicou o delegado.
“De acordo com as investigações, na própria prestação dos convenios, a empresa também emitia notas fiscais frias para justificar serviços que não foram prestados”, declarou o delegado, ressaltando que a SB Marketing auxiliaria na execução de novas fraudes.
Os envolvidos no caso podem responder por formação de quadrilha, peculato, fraude à  licitação e falsificação de documentos. O nome da operação, Nemeus, é em alusão aos Jogos Nemeus, disputados na Grécia antiga e dedicados a Zeus.