Projetos musicais de novos talentos e de artistas já consagrados poderão concorrer em nova chamada pública lançada hoje (4) pela Petrobras. Serão investidos R$ 10 milhões nas iniciativas selecionadas, por meio do Programa Petrobras Cultural.
Conforme o regulamento divulgado, serão contemplados projetos em três segmentos: o primeiro destinado a estimular a circulação de shows, o segundo para fomentar a organização de festivais e o terceiro para viabilizar a criação de projetos de inovação que tragam novos formatos e tecnologias. O prazo para as candidaturas vai até 4 de janeiro do ano que vem, e a divulgação dos selecionados será em 28 de fevereiro.
O coordenador de patrocínios culturais da Petrobras, Milton Bittencourt, destacou que a candidatura será inteiramente online, em um formato simplificado diferente das antigas seleções públicas. O número de projetos selecionados e os formatos escolhidos no segmento de inovação vão depender das ideias que forem submetidas.
“Deixamos em aberto para saber o que as mentes dos nossos produtores estão pensando em termos de inovação e tecnologia”, disse Bittencourt, ao apresentar a chamada. Quem for contemplado no segmento de inovação poderá receber até R$ 2 milhões.
Os projetos para a circulação de shows são divididos em duas faixas. Uma elas terá como foco novos talentos e patrocinará turnês que levem pelo menos quatro shows a ao menos três estados diferentes, e o valor do patrocínio será de R$ 350 mil. A outra, chamada de “Grande Circuito”, vai patrocinar projetos de valor entre R$ 350 mil e R$ 1 milhão e exigirá um mínimo de sete apresentações distribuídas em quatro estados.
Assim como os shows, os festivais a serem apoiados estão divididos em duas faixas. A primeira delas vai até R$ 600 mil para a realização de duas edições, e a segunda parte desse valor, até R$ 1,2 milhão, também para duas edições. No caso da primeira faixa, poderão se inscrever festivais novos e, na segunda, é exigido que já tenha ocorrido ao menos uma edição.
Lançamento
O lançamento contou com a presença do cantor e compositor Lenine, que recebeu o Grammy Latino no mês passado com o álbum Em Trânsito, que teve sua produção e turnê patrocinadas pela Petrobras. O cantor venceu a categoria de melhor álbum de rock ou música alternativa em língua portuguesa.
Lenine disse, no lançamento da chamada pública, que o patrocínio permitiu que seus shows ficassem mais baratos e acessíveis, apesar de terem ocorrido em espaços nobres das cidades por onde passou.
“Sou de uma época em que a música conseguia se apropriar de um teatro. Se você alugar um equipamento sonoro diariamente, ou qualquer equipamento, perde a possibilidade real de produzir e ficar com permanência nos lugares”.
Ao lado de sua mulher e empresária, Ana Barroso, o cantor e compositor deu sua opinião sobre como a tecnologia e as inovações no modo de consumir música afetam a vida dos artistas do setor.
“Acho que é tudo muito novo. A cada semana a gente descobre uma plataforma nova de fazer negócios. Eu que a gentge voltou a ser meio mascate. Trabalho com um certo espírito de artesania. É você mesmo que faz, é você mesmo que vende, bota a sacola nas costas e, onde chegar, você tem esse acesso. Cada vez mais, vamos ver pessoas fazendo seus caminhos sem intermediários”.