Há um ano a parceria entre a MRV Engenharia e a Ong Mulher em Construção vem somando forças para introduzir mulheres no mercado da construção civil.
O desafio é grande, visto que o setor continua sendo predominantemente masculino. Para isso, as alunas passam por uma série de oficinas focadas em serviços como pintura predial e de ceramista, sendo inseridas no dia a dia e nos canteiros de obra da empresa, através do Instituto MRV.
Nesta sexta-feira (22) mais uma turma deve completar esse ciclo, serão cerca de 40 alunas de Porto Alegre, Canoas e São Leopoldo se formando e conquistando uma nova profissão no mercado da construção civil. A formatura acontece no Porto Canoas, em Canoas, às 14h.
Equidade de gênero
A equidade de gênero não é mais uma necessidade social, é, inclusive, um diferencial de mercado. O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que avalia o desempenho das 150 empresas com ações mais negociadas na Bovespa, indica que, para que um negócio tenha suas ações no ISE, ele precisa atender dimensões e critérios.
Um desses eixos envolve a efetivação da agenda de direitos humanos nas empresas, dando efetividade a compromissos como o trabalho decente, a diversidade e a equidade.
Assim, a empresa ganha destaque no índice, tornando-se ainda mais atrativa para investidores ao redor do mundo que buscam negócios socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis.
Além disso, políticas que provem a igualdade de gênero estão relacionadas aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma agenda criada pela ONU em 2015 para estimular a adoção de práticas sustentáveis no setor empresarial.
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Entre elas o ODS 4 – Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos, ODS 5 – Igualdade de gênero (alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas), ODS 8 – Trabalho decente e crescimento econômico (promover o crescimento sustentável econômico inclusivo e sustentável emprego), ODS 10 – Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles, e ODS 17 – Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Por essas razões a parceria entre MRV e a Ong Mulher em Construção vem estabelecendo uma nova relação de negócio, que gera não só desenvolvimento social, mas desenvolvimento econômico e financeiro.
Desde o início do projeto já foram cerca de 100 mulheres formadas em cursos de pintura predial e de ceramista, mulheres essas que têm a oportunidade de trabalhar em canteiros de obra da MRV e, além de se desenvolver pessoal e profissionalmente, podem gerar renda para suas famílias.
Novos caminhos
Dilene, de 38 anos, entrou no curso em setembro de 2018. Antes trabalhava na área da saúde e foi desenvolvendo um quadro de depressão devido às demandas da profissão. Foi através da parceria entre MRV e a Ong Mulher em Construção que viu a possibilidade de traçar novos caminhos.
Hoje, Dilene trabalha na obra Porto Veríssimo, no Bairro Humaitá, em Porto Alegre e busca se capacitar cada vez mais na área da construção civil.
“Consigo gerar uma boa renda para minha família e ainda sou motivo de orgulho para meus filhos”, diz emocionada. Ainda que sofra preconceito de diversas pessoas por entenderem que obra não é lugar de mulher, ela garante que seu trabalho árduo e dedicação vem quebrando esses estereótipos.
