"Panama Papers" expõem sistema de criação de empresas em paraísos fiscais

A investigação “Panama Papers”, divulgada neste domingo (3) pelo ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), expôs um esquema global para criação de empresas offshore. A organização sem fins lucrativos sediada em Washington, nos EUA, investiga há mais de um ano cerca de 11,5 milhões de documentos da empresa panamenha Mossack Fonseca. As firmas criadas por esse escritório podem ser legais ou ilegais, mas tem em comum o fato de operarem em paraísos fiscais para pagar menos impostos e dificultar que as autoridades descubram quem são seus verdadeiros donos.
As informações são originais, da base de dados da Mossack Fonseca. Os dados foram obtidos pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung e compartilhados com o ICIJ. No Brasil, participaram jornalistas do portal Uol, do jornal O Estado de São Paulo e da RedeTV!.

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Na lista de supostos participantes de um esquema internacional de corrupção estão o presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Eduardo Cunha, o primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur Davíð Gunnlaugsson, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, o rei Salman da Arábia Saudita, e até o jogador argentino Leonel Messi. Há inclusive pessoas do entorno do presidente russo, Vladimir Putin.

Brasil

No Brasil, o escritório tem dados de que a Odebrecht criou três firmas que operam contas secretas que são desconhecidas pelos investigadores da Operação Lava Jato: Davos Holdings Group SA, Crystal Research Services Pesquisa e Salmet Trad Corp.
Os documentos mostram também a existência de, pelo menos, 107 empresas offshore ligadas a personagens da Lava Jato –firmas até agora não mencionadas pelos investigadores brasileiros que cuidam da Operação.
A Mossack operou para pelo menos 6 grandes empresas e famílias citadas na Lava Jato, abrindo 16 empresas offshores. Nove delas são novas para a força-tarefa das autoridades brasileiras. As offshores são ligadas à empreiteira Odebrecht e às famílias Mendes Júnior, Schahin, Queiroz Galvão, Feffer (controladora do grupo Suzano) e a Walter Faria, do Grupo Petrópolis.

Panamá diz estar aberto para cooperação

“O governo do Panamá lidera uma política de tolerância zero ante qualquer aspecto do seu sistema legal ou financeiro que não seja tratado com altos níveis de transparência. O governo do Panamá cooperará vigorosamente com qualquer solicitação ou assistência que seja necessária em caso de se desenvolver algum processo judiciário”, reza um comunicado oficial divulgado no site da presidência panamenha.

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