A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Civil de Goiás (PC-GO) deflagraram hoje (30) a Operação Zayn, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável por sequestros, furtos e roubo de cargas, bem como enriquecimento ilícito, adulteração de veículos, falsificação de documentos e fraudes em sistemas de informática de departamentos de trânsito (Detrans).
O grupo atuava em cinco estados e contava com a participação de nove empresas. Ao todo estão sendo cumpridos 97 medidas cautelares: 35 mandados de prisão e 62 mandados de busca e apreensão em Goiás, São Paulo, Mato Grosso, Pará e Rondônia.
A operação foi deflagrada após 18 meses de investigações e levantamentos feitos pelas áreas de inteligência policial. A força tarefa formada por PRF e PC-GO informou já ter prendido 20 pessoas até o momento. Também houve a apreensão de 26 veículos de cargas. Além disso, mais de 60 veículos estão sujeitos à apreensão policial por suspeita de terem sido objeto de fraude.
De acordo com os investigadores, há suspeitas de que mais de 80 roubos foram cometidos pela organização criminosa, o que, segundo estimativas, pode ter resultado em um prejuízo de cerca de R$ 40 milhões anuais apenas com cargas e veículos..
Modus Operandi
Entre as táticas adotadas pelo grupo para cometer os crimes, estava a de usar mulheres jovens e de boa aparência como isca, na beira das rodovias. Elas atraiam os caminhoneiros que, ao oferecerem carona, eram surpreendidos por bandidos armados. Os caminhoneiros eram então levados ao cativeiro e lá permaneciam até que a carga fosse negociada. Posteriormente, o veículo vazio era adulterado e inserido nos sistemas com dados falsos, após chassi e identificadores terem sido alterados.
A organização criminosa também oferecia veículos adulterados para a prestação de serviço de frete a empresários que, ludibriados, entregavam suas cargas, que acabavam sendo desviadas.
A Operação Zayn contou com a participação de 150 policiais civis; 200 policiais rodoviários federais; 85 viaturas e uma aeronave. Ela recebeu este nome, que significa perfeição ou graciosidade, em função de os criminosos acreditarem estar praticando “ações perfeitas, sem vestígios e impossíveis de serem descobertas pela ação policial”.