Cotidiano

Operação combate roubo em obras da construção civil na região metropolitana

Criminosos são investigados por treze roubos a canteiros de obras em cidades da região metropolitana de Porto Alegre.

A Polícia Civil desencadeou na manhã desta terça-feira (23) a “Operação Mãos à Obra”. O objetivo era desarticular organização criminosa voltada à prática de reiterados roubos em obras da construção civil e empresas fornecedoras de materiais elétricos.

A ação, realizada pela Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Cargas, do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais), cumpriu 38 ordens judiciais entre mandados de prisão e de busca e apreensão. Os mandados foram cumpridos em Porto Alegre, Viamão, Canoas, Imbé e Bom Princípio.

Na ação, nove pessoas foram presas, quatro armas de fogo e fios de cobre foram apreendidos. Um criminoso é, ainda, considerado foragido.

Segundo o delegado Alexandre Luiz Fleck, a investigação teve início em maio deste ano, quando ocorreram vários crimes semelhantes, que se sucediam desde 2016 e 2017. “Identificou-se que se tratava de um núcleo criminoso, com modus operandi específico, composto por duas células. Conforme o delegado, os bandidos trabalhavam de forma unitária.

“Uma baseada [parte da quadrilha] nas imediações da Av. Voluntários da Pátria, em Porto Alegre, envolvendo proprietários de reciclagem de metais, responsáveis pela destinação dos bens subtraídos, os quais, ainda, contribuíam com meios para a execução criminosa. E uma célula composta por indivíduos sediados na Vila Augusta, na cidade de Viamão, ligados a uma facção criminosa do Estado, responsáveis pela execução dos delitos”, relata o delegado.

Conforme o Fleck, os indivíduos adentravam os canteiros das obras e, armados, rendiam os funcionários os mantinham reféns. “Sob constantes ameaças exercidas com armas de fogo e violência, subtraíam especialmente fios e cabos de cobre, além de ferramentas”, conta.  “Muitas vezes obrigavam as vítimas a ajudar no carregamento dos materiais, que eram transportados em veículos dos criminosos”, explica.

A investigação apontou que, em um dos casos, os bandidos mantiveram trinta funcionários de uma obra como reféns. A quadrilha presa hoje pode ser a responsável por, pelo menos, treze roubos identificados, gerando prejuízos de mais de dois milhões de reais, com roubos praticados em Porto Alegre e Canoas.

Na ação de hoje, que contou com a participação de 160 policiais civis, nove pessoas foram presas, sendo que três delas em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e um deles por tentativa de homicídio. “Durante o cumprimento das buscas, um dos suspeitos investigados atentou contra os policiais, efetuando disparos de arma de fogo. Um revólver calibre 38 foi apreendido com o indivíduo, que foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio”, complementa Fleck.

O Diretor da Divisão de Investigações do Deic, delegado Sander Cajal, ressalta que a investigação qualificada levada a cabo pela delegacia conseguiu desarticular um grupo de atuação altamente especializada, de atuação violenta, reiterada e numa crescente ousadia: “Os ataques se tornaram mais frequentes, mais ousados e praticados por um número maior de indivíduos na medida em que crescia a sensação de impunidade”, complementou Cajal.