Cotidiano

ONG promove Natal de leitura e educação para crianças e jovens do Rio

Uma festa de Natal educativa para mais de 700 crianças e jovens encerrou hoje (10) as atividades realizadas durante o ano pela organização não governamental (ONG) Favela Mundo na Rocinha, comunidade situada na zona sul do Rio de Janeiro. Amanhã, outr...

Uma festa de Natal educativa para mais de 700 crianças e jovens encerrou hoje (10) as atividades realizadas durante o ano pela organização não governamental (ONG) Favela Mundo na Rocinha, comunidade situada na zona sul do Rio de Janeiro. Amanhã, outra comemoração no mesmo molde e para o mesmo número de atendidos ocorrerá na Cidade de Deus, zona oeste da cidade.

O fundador da ONG, Marcello Andriotti, disse à Agência Brasil que a festa é importante tanto para as crianças e adolescentes, como para os pais e responsáveis. “É o momento em que eles vão se apresentar, pela primeira vez, para os pais. Aqui na Rocinha, iniciamos o trabalho em julho e na Cidade de Deus, estamos há quase dois anos. É o momento que a gente tem de mostrar para os responsáveis todo o trabalho que está sendo feito”.

Natal de leitores

Andriotti salientou que as atividades não objetivam formar atores ou bailarinos. “Mas o pai fica sempre esperando ver seu filho no palco, em cena, para saber o que ele aprendeu nesse tempo todo”.

A ONG Favela Mundo fez este ano campanha junto a artistas e escritores que doaram cerca de 1.300 livros que serão presenteados às crianças. ”Em vez de fazer um Natal tradicional, com uma lembrancinha para cada aluno, a gente resolveu fazer um Natal de leitores. Todas as crianças vão ganhar livros”, como forma de incentivo à leitura e à educação, informou Andriotti.

A ONG atende nas comunidades crianças e adolescentes desde um ano de idade até 18 anos. “A gente teve essa ideia para estimular a educação, o gosto pela leitura, o gosto por estar na escola”. Na Cidade de Deus, Andriotti teve relato dos pais e professores de que desde que o projeto iniciou, aumentou o interesse pela escola, inclusive das famílias, que passaram a se interessar mais pelo dia a dia escolar dos filhos.

Segundo Marcello Andriotti, foi registrada redução dos índices de evasão escolar nas comunidades atendidas pelo projeto Favela Mundo. “A batalha é pelo aumento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) nas escolas e comunidades por onde a gente passa”.

Durante o ano, a ONG oferece aulas de teatro, violão, musicalização, jazz. hip-hop, danças brasileiras e balé. Vinte profissionais formados e remunerados trabalham com a ONG, a maioria artistas.

Renovação

No momento, a ONG está negociando a renovação do patrocínio para 2019. A ideia é estar em mais quatro comunidades no próximo ano, além da Rocinha e Cidade de Deus. A Favela Mundo pretende também dar seguimento ao projeto de capacitação profissional para jovens e adultos que já desenvolveu em seis favelas do Rio de Janeiro, com aulas de maquiagem, cabelo, manicure, fantasia de carnaval. As comunidades onde a ONG vai atuar são definidas pelos patrocinadores: prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Cultura; concessionária da Linha Amarela (LAMSA) e MetrôRio, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (Lei do ISS), com apoio do Instituto Invepar.

Fundada em setembro de 2010, a Favela Mundo passou por 11 comunidades e beneficiou 5.387 crianças e jovens. A ONG foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2014, como “Modelo de Inclusão Social nas Grandes Cidades”.