O Brasil começou a enfrentar uma nova onda de calor, cujas temperaturas podem chegar até 40ºC na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, conforme divulgou o Agora RS na semana passada.
De acordo com os meteorologistas, esta onda de calor deve-se ao El Niño, fenômeno que aquece as águas dos oceanos.
“O aumento da temperatura não apenas desafia a resistência humana mas também pode afetar o equilíbrio ambiental. Essas altas temperaturas têm o potencial de gerar efeitos negativos, afetando desde o comportamento animal até a segurança alimentar, destacando a urgência de medidas abrangentes para enfrentar as mudanças climáticas” diz o professor de biologia Flávio Landim.
No Rio Grande do Sul, as altas temperaturas seguem até sexta-feira (15). Veja alguns dos impactos que a onda de calor pode causar:
Mudanças no comportamento animal
Animais selvagens estão tentando adaptar seus comportamentos para sobreviver às altas temperaturas.
“Diante das altas temperaturas, algumas espécies estão alterando seu comportamento, buscando mais sombra durante o dia e tornando-se mais ativas durante a noite. Se as altas temperaturas persistirem no longo prazo, espécies que não conseguirem se adaptar infelizmente serão extintas “, comenta Landim.
Riscos para saúde humana
Diante dos desafios impostos pela onda de calor, a preservação da saúde humana exige uma resposta eficiente.
“A implementação de medidas preventivas, como a promoção de hidratação adequada, a conscientização sobre os riscos associados ao calor e a criação de centros de resfriamento emergenciais, torna-se imperativa. Além disso, investir em estratégias de adaptação e mitigação das mudanças climáticas é fundamental para enfrentar os impactos crescentes das ondas de calor “, completa o professor.
Desafios térmicos e regulação corporal
“A elevação da temperatura ambiente apresenta desafios crescentes para a regulação térmica do corpo humano, desde a dificuldade em perder calor até situações críticas de recebimento de calor do meio”, destaca o professor de Física André Coelho.
Em resposta a esses desafios, o corpo humano aciona a produção de suor como um mecanismo eficaz de resfriamento, sendo a evaporação do suor crucial para evitar superaquecimento.
“Em ambientes úmidos, a eficácia da evaporação do suor é comprometida, agravando a situação em meio à onda de calor”, ressalta Coelho.
Este cenário reforça a importância de medidas preventivas e de conscientização sobre os riscos térmicos em face das condições climáticas extremas.
Segurança alimentar
O calor excessivo tem influência sobre a integridade dos alimentos, acelerando processos de deterioração e ameaçando a qualidade e segurança alimentar.
“À medida que as temperaturas aumentam, as reações químicas nos alimentos são intensificadas, fazendo os alimentos estragarem muito rápido, ” finaliza o Professor de Química Michel Arthaud.