A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou hoje (18) que o surto de ebola identificado na República Democrática do Congo não configura emergência em saúde pública de interesse internacional. No início da semana, o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, convocou uma reunião do comitê internacional para analisar o caso.
“Foi a visão do comitê que uma emergência em saúde pública de interesse internacional não deve ser declarada neste momento. Mas o comitê permanece profundamente preocupado com o surto e enfatizou que ações de resposta precisam ser intensificadas e que a vigilância contínua é essencial. O comitê também pontuou a situação bastante complexa de segurança [na região do surto]”, informou a entidade, por meio de nota.
De acordo com a OMS, nove países vizinhos à República Democrática do Congo foram informados de que se encontram em alto risco de disseminação do ebola e receberam reforço de equipamentos e de equipes de saúde e vigilância. Entre eles, a entidade destacou a necessidade de maior atenção em Uganda, em Ruanda, no Burundi e no Sudão do Sul.
“Este surto acontece em uma zona de conflito ativa em meio a crises humanitárias prolongadas. Cerca de oito grandes incidentes envolvendo segurança foram registrados na área de Beni nas últimas oito semanas. Esses fatores têm complicado o rastreamento de contatos e outros aspectos da resposta ao surto”, concluiu o comunicado.
Preocupação
Em agosto, o diretor-geral da OMS chegou a fazer um apelo para que todas as partes envolvidas em conflitos armados na República Democrática do Congo baixassem as armas e ajudassem a conter o avanço do surto. Na ocasião, Tedros disse estar mais preocupado com este novo surto da doença, identificado inicialmente na província de Kivu do Norte, do que ficou com o surto anterior, que atingiu a província de Equateur.
Números
Entre 4 de maio e 15 de outubro, 216 casos da doença foram registrados no país, sendo 181 confirmados e 35 prováveis, além de um total de 139 mortes, sendo 104 confirmadas e 35 prováveis.