SAÚDE

Nutricionista detalha o que comer para melhorar sua saúde mental

Muita gente ignora o impacto da alimentação na saúde mental.

Foto: Freepik

O tema do Janeiro Branco deste ano é “Saúde mental enquanto há tempo! O que fazer agora?”. A resposta da ciência a essa pergunta não guarda nenhum segredo: se alimente bem, tenha boas noites de sono, controle o estresse e pratique atividade física.

Apesar de ser uma receita simples, muita gente ignora o impacto da alimentação na saúde mental, seja por desconhecimento ou por falta de tempo.

O fato é que uma dieta com carência nutricional provoca uma redução na atividade cerebral, atrapalha a formação de neurônios, hormônios e abre o caminho para o aumento da incidência de doenças mentais.

“Por outro lado, uma dieta rica em alimentos in natura e com o consumo mínimo de ultraprocessados ajuda a microbiota intestinal a produzir substâncias que fortalecem o sistema imunológico e ajudam a produzir hormônios, algo fundamental para regular nosso estresse emocional; auxilia na saúde mental, tem ação anti-inflamatória e pode até contribuir para a qualidade do sono”, detalha o nutricionista funcional Diogo Cirico.

Um up nos neurônios

Cirico explica que o que comemos pode até mesmo atrapalhar a formação de neurônios. “Dietas com alto valor nutricional permitem que haja reparo e síntese dos neurônios danificados. Enquanto dietas com excesso de açúcar, de gordura e de álcool podem reduzir a capacidade de formação de novos neurônios”, afirma.

Dentre os nutrientes mais importantes para essa função estão a vitamina B9 (ácido fólico), vitamina B12, ômega 3 e fitoquímicos, em especial os compostos fenólicos. “Esses nutrientes não deixam as pessoas mais inteligentes, mas podem ajudar aquelas pessoas com a saúde mental impactada”, detalha o especialista.

Contra a inflamação

A boa alimentação pode ajudar a tratar processos inflamatórios relacionados a desordens mentais e que prejudicam a funcionalidade do sistema nervoso central.

“Uma dieta rica em fibras, vitaminas, minerais e fitoquímicos contribui para a saúde intestinal e contribui no combate à inflamação corporal e cerebral. Alguns alimentos com maior influência nesse combate são os peixes de águas geladas, como o salmão, a cúrcuma, o gengibre e as frutas vermelhas, como a cereja”, detalha Cirico.

Coloque na lista de compras

Para dormir melhor, não deixe de incluir na sua dieta alimentos ricos em triptofano, taurina, glicina e magnésio. O nutricionista explica que não há nutrientes que, isoladamente, possam ser responsáveis pela saúde mental, mas explica que “as deficiências de magnésio, ômega 3, vitamina E e ácido fólico podem trazer maiores prejuízos quando comparadas a dietas deficientes em outros nutrientes”.

Por isso, quando for planejar sua alimentação, foque nos vegetais (frutas, verduras, legumes, cereais), carnes magras, leite e derivados com baixo percentual de gordura. “O consumo de açúcar, gorduras trans, álcool e ultraprocessados deve ser evitado ao máximo”, completa.

Onde encontrar os nutrientes

Magnésio: nozes, sementes, grãos integrais, legumes, vegetais de folhas verdes, leite e iogurte.

Vitamina E: gérmen de trigo, carnes, ovos, óleos vegetais, amêndoas, nozes, castanhas, gema de ovo, amendoim, semente de girassol, gergelim e linhaça.

Ômega 3: salmão, atum, sardinha, chia, linhaça, nozes e amêndoas.

Ácido fólico: espinafre, feijão branco, aspargos, verduras de folhas escuras, soja, laranja, melão, maçã, brócolis, gema de ovo, fígado, peixes, beterraba e amendoim.

Triptofanos: banana, semente de abóbora, soja, grão-de-bico, tâmaras, amendoins, leite, carne, peixe e alimentos ricos em proteínas.

Fitoquímicos: beterraba, cenoura, abóbora-japonesa, laranja, mamão, molho de tomate, melancia, almeirão, maçã, banana e azeite.

Vitamina B12: ovos, fígado bovino e de galinha, atum, sardinha, salmão, linguado, iogurte e leite.

Taurina e glicina: peixes, frutos do mar, leite, derivados, aves e carne bovina.