Ao assumir o cargo de presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Adalberto Eberhard disse que sua gestão dará mais ênfase à finalidade original da autarquia. Ele disse que constata um desvio na atuação do instituto e que primará por princípios como eficiência, visibilidade e transparência.
O novo dirigente do ICMBio disse que está ciente de que irá se deparar com “muitos embates”.
“Tem muitas questões que são desenvolvidas nas unidades de conservação que o ICMBio, meio que sozinho, na linha de frente, assume o caráter paternalista de resolver problemas sociais, que não cabem ao ICMBio tocar como linha de frente, mas cabe ao ICMBio e ao ministério, interagir com os demais ministérios da Esplanada para construir uma lógica de plena presença do Estado nas áreas que, em última instância, são, e se não são, deveriam ser, patrimônio da União”, afirmou.
Eberhard disse que a lógica que vai nortear é “olhar para as unidades de conservação, para a sua responsabilidade na questão de conservação de biodiversidade. E, nesse sentido, dimensionar e fortalecer os objetivos meio e finalístico que estão lá na linha de frente. Isso não quer dizer que não vem sendo feito, mas é no que vamos pôr mais energia”.
Atualmente estão sob a guarda do ICMBio 335 propriedades, que equivalem, segundo Eberhard, a 9% do território brasileiro.
Ao transmitir o cargo, no qual permaneceu por sete meses, Paulo Carneiro, funcionário da casa, lembrou que o ICMBio tem um caráter inovador e um quadro de pessoas “totalmente engajadas”. “A nossa agenda tem um enorme potencial de desenvolvimento”, disse.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou, na posse do novo presidente do ICMBio, que o país passar por um “momento delicado do ponto de vista fiscal”, que também influi na atividade de sua pasta, incluindo o ICMBio. Segundo o ministro, é importante entender que a área não está “à margem” dessas condições. “A realidade é inexorável”, afirmou.
Eberhard é médico veterinário e fundador e presidente da organização não governamental Ecotrópica, que gere as reservas Acurizal, Penha, Rumo ao Oeste e Dorochê, na região do Pantanal.