Tentando sair da zona de rebaixamento da Série A1 do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino, o Audax fez uma parceria com o Juventus, clube tradicional da cidade de São Paulo, para a sequência da competição. O time de Osasco (SP) ocupa o 14º lugar (antepenúltimo) após seis rodadas, ainda sem pontos ganhos.
“Como na retomada da competição, tivemos dois resultados negativos [derrotas para Santos e São José]. A diretoria resolveu tomar atitude para sairmos dessa situação incômoda. Uma das saídas que encontramos foi a parceria”, explica o superintendente de futebol do Audax, Adelsio Reis.
Em 2020, o Juventus tem pela frente a Série A2 (segunda divisão nacional) e o Campeonato Paulista Feminino. O clube cederá, temporariamente, atletas e comissão técnica ao Audax. Na última quarta-feira (2), o grupo realizou os testes do novo coronavírus (covid-19) e treinou no José Liberatti, estádio onde mandará os jogos.
“Para nós, será muito importante, principalmente no sentido de dar rodagem às nossas atletas, pensando no objetivo da Série A2. Teremos seis jogos de alto nível, o que proporcionará uma bagagem muito grande para as meninas. Antes de iniciar o Paulista e o Brasileiro A2, a estrutura voltará toda para o clube e estaremos disponíveis para os jogos do Juventus”, disse o técnico Wellington Souza ao site oficial do clube paulistano.
A estreia da parceria será no sábado (5), às 15h (horário de Brasília), contra o Minas Icesp, em Osasco. Para poderem atuar, as jogadoras cedidas pelo Juventus precisam aparecer no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) até sexta-feira (4).
A fase inicial da Série A1 termina em 18 de outubro, enquanto a Série A2 só retorna dia 24 de outubro. O Paulista Feminino, porém, começa em 30 de setembro, após a 12ª rodada da primeira divisão do Brasileirão. “Não haverá problema [de coincidir as competições], porque vamos aumentar o elenco e trabalhar com mais atletas”, afirma Adelsio, do Audax.
Mudança de rota
O Audax iniciou o Brasileiro com um time formado em parceria com o Instituto Tiger, que fomenta o futebol e o futsal feminino na base. O elenco tinha uma das menores médias de idade da Série A1, inferior a 20 anos. Segundo o presidente do instituto, Wagner de Oliveira, as meninas do projeto serão analisadas pela nova comissão técnica.
“Nossas atletas continuam fazendo os trabalhos lá. Algumas serão utilizadas, outras não. A gente torce que dê certo. [O Brasileirão] é um campeonato difícil. O Audax tem nove partidas importantes pela frente e pode sair dessa”, diz Wagner, que comandou a equipe nas seis rodadas disputadas até o momento.
“Pegamos equipes fortes, algumas das maiores do Brasil nos últimos anos, como Ferroviária, Corinthians, Santos ou o próprio Grêmio. Foram jogos difíceis com um time novo, renovado. Essa pandemia atrapalhou demais, uma vez que tínhamos encontrado nosso futebol, dada nossa apresentação contra o Iranduba [derrota por 2 a 1, último duelo antes da paralisação]. Tivemos essa triste notícia [da saída da comissão]. A gente lamenta, mas são coisas do futebol”, completa o presidente do Tiger.
Apesar de a campanha no Audax não ter sido a esperada, Wagner mostra orgulho pelo projeto. “Se você observar, todos os times do futebol brasileiro, na primeira divisão, têm pelo menos duas atletas do Tiger, que começaram conosco ainda crianças. Corinthians, Santos, Palmeiras, Grêmio, Inter. Em times da Série A2 também, como Vasco e Atlético-MG. Somos o maior revelador de atletas de futebol feminino do Brasil”, afirma.