Maior segurança para as cargas, maior eficiência em custos e menor impacto para o meio ambiente são algumas das vantagens apontadas pelas empresas que aderiram à navegação interior no Rio Grande do Sul. Os números comprovam a preferência pelo modal.
A inauguração do Contesc (Terminal de Santa Clara) em outubro de 2016, completa três anos da reativação do transporte de cargas pelo Rio Jacuí, e comemora crescimento anual acima de 100% na movimentação de contêineres por navegação interior. Desde o início das operações o Contesc já movimentou mais de 99 mil TEU.
O Contesc, empresa do grupo Wilson Sons, opera com quatro viagens semanais entre os dois terminais, realizadas por duas barcaças. Os produtos – de importação, exportação e cabotagem – têm como origem ou destino as cidades de Farroupilha, Carlos Barbosa, Garibaldi, Caxias do Sul, Veranópolis, Cruz Alta, Lajeado, Taquari, Serafina Corrêa, entre outras. Os clientes contam ainda, com a possibilidade de estufar e desovar produtos no armazém do Contesc, gerando uma economia de até 20% no transporte de cargas.
Em 2018, o transporte fluvial foi responsável por 8% dos TEU (unidade correspondente a um contêiner de 20 pés) movimentados pelo Tecon Rio Grande em 2018, somados os fluxos de importação, exportação e cabotagem. “Trata-se de um negócio altamente estratégico para o estado. O sucesso da operação ratifica a necessidade de alternativas logísticas para o mercado”, destaca Paulo Bertinetti, diretor-presidente do Tecon Rio Grande.
Bertinetti lembra que o Contesc fez recentemente um estudo sobre emissão de gases do efeito estufa (GEE) na navegação interior. O cálculo mostra que o transporte rodoviário, feito por caminhões, emite 74% mais GEE em comparação às barcaças. A pesquisa mediu o combustível consumido por cada meio de transporte para movimentar a mesma quantidade de carga, no período de 12 meses, num percurso de aproximadamente 350 quilômetros.
De acordo com recente relatório da Antaq sobre transporte de cargas, o destaque do primeiro semestre de 2019 ficou por conta da navegação interior. O modal movimentou 33 milhões de toneladas no período, contabilizando crescimento tanto na movimentação total (+9,30%), quanto na movimentação de granéis sólidos (+11,76%), granéis líquidos (+5,23%), carga geral (+2,93%) e contêineres (+5,36%). O Tecon Rio Grande é o hoje o terminal que mais movimenta contêineres por via fluvial no Brasil, de acordo com ranking da mesma Agência (Antaq).