Nadador americano que mentiu sobre assalto no Rio perde quatro patrocinadores

Lochte admitiu que não falou a verdade para a polícia do Rio de Janeiro, ao fazer um relato de que teria sido vítima de um assalto a mão armada na cidade.

A mentira do nadador Ryan Lochte custou muito caro se a intenção dele era continuar a competir em esportes de alto rendimento. Depois que ele admitiu que não falou a verdade para a polícia do Rio de Janeiro, ao fazer um relato de que teria sido vítima de um assalto a mão armada na cidade, quatro patrocinadores do atleta decidiram romper contratos.
A primeira foi a Speedo Estados Unidos, que disse que uma parte do dinheiro que seria destinado ao nadador – cerca de US$ 50 mil – será repassado para ajudar crianças pobres brasileiras, por meio da ONG Save the Children. E outra empresa, a Ralph Lauren, que também patrocinou Lochte durante os Jogos Olímpicos Rio 2016, informou hoje à rede de televisão norte-americana ABC News que não vai renovar o contrato com o nadador.
A Syneron-Candela, controladora da Gentle Hair Removal, foi a terceira a cortar os laços nesta segunda-feira, dizendo em comunicado que exige de seus empregados “um alto padrão, e espera o mesmo de nossos parceiros de negócios.” A quarta perda no bolo publicitário veio da Airweave, fabricante de colchões do Japão.

“Exagero” por estar “intoxicado”

Em uma recente entrevista, Ryan Lochte admitiu que “exagerou” ao fazer um relato de que teria sido assaltado a mão armada por bandidos disfarçados de policiais, enquanto ele estava no Rio de Janeiro para participar dos Jogos Olímpicos. Ele admitiu que estava bêbado (“intoxicado”, segundo sua fala à TV Globo) quando depredou uma placa no posto carioca.
Na entrevista dada à NBC News, Ryan Lochte negou a veracidade de seu relato inicial, feito à mesma rede de televisão. No relato inicial, Ryan Lochte tinha dito que, durante os jogos, ele e três outros nadadores americanos foram detidos por homens armados depois de deixar uma festa no início da manhã e que a arma estava engatilhada e apontada para sua testa. “Isso não aconteceu”, disse Lochte na entrevista.
A polícia do Rio concluiu que os eventos descritos Ryan Lochte não aconteceram. As autoridades policiais informaram que os quatro nadadores envolvidos no incidente agiram como vândalos em um banheiro de um posto de gasolina e foram confrontados por seguranças armados.
O chefe do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, Scott Blackmun, anunciou no Rio, ontem (21), que uma futura medida disciplinadora sobre o caso está sendo estudada. Em entrevista, ele não especificou que medidas disciplinares seriam tomadas, mas deixou claro que estava descontente com Ryan Lochte e com os outros três nadadores. “Eles desapontaram os outros atletas, desapontaram os americanos, e desapontaram os nossos anfitriões no Rio”, disse Blackmun.