Mulheres seguem ocupando sede do Incra em Porto Alegre

Mulheres ligadas a vários movimentos sociais ocuparam na manhã desta terça-feira (8) a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Porto Alegre. A maioria pertence ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e ao (Movimento dos Atingidos por Barragens). Elas chegaram pela manhã e armaram barracas com infraestrutura para acampar no local por tempo indeterminado.
“Já faz 30 anos que viemos ao Incra com a mesma pauta, discutindo moradia, crédito agrícola, escola e estrada. Se não houver avanços nas questões que estamos propondo, vamos ficar acampadas até que haja algum sucesso”, garantiu Juliana de Vargas, dirigente do MST.

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Representantes dos grupos afirmaram que são cerca de 1,3 mil mulheres. Militante da Via Campesina do Brasil, Eliane de Moura Martins esclareceu as razões de as manifestantes escolherem o Dia Internacional da Mulher para ocupar a sede do Incra.
“Não somos contra as rosas e as flores, mas nossa perspectiva é a da luta. No mundo inteiro, as mulheres só avançaram a partir de suas reivindicações e de sua organização. Temos de ser protagonistas dos processos e das pautas que defendemos”, acrescentou Eliane.
Antes de chegar à sede do Incra, as militantes fizeram uma manifestação em frente a uma empresa de agrotóxicos, na zona norte da capital gaúcha, contra o modelo do agronegócio e o uso abusivo de veneno na agricultura. À tarde, outro protesto foi realizado no Centro Histórico, em frente ao Mercado Público, onde elas defenderam o feminismo e o protagonismo da mulher.
Após o protesto no centro, as manifestantes retornaram ao acampamento. Segundo as lideranças do movimento, uma audiência com representantes do Incra está marcada para as 11h desta quarta-feira (9).