O procurador do MPF (Ministério Público Federal), Frederico Paiva, afirmou hoje, em entrevista ao jornal Correio do Povo que seis empresas envolvidas no esquema de fraudes no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) devem ser denunciadas por sonegação de impostos e corrupção.
As denúncias devem ser entregues até o final do mês. Ao todo, 20 empresas são investigadas e, entre elas, estão as gaúchas Gerdau, Marcopolo e RBS. “Algumas empresas gaúchas estão sendo investigadas, então é provável que pelo menos uma delas já venha nessa primeira leva. Essas questões estão tramitando em segredo de Justiça e não podem ser reveladas. Só a Justiça pode autorizar e tornar público”, disse Paiva ao programa “Agora”, da Rádio Guaíba.
Paiva explicou que o fim desta primeira fase da investigação só depende da entrega de informações bancárias, especialmente, por parte do banco Itaú. “Assim as informações chegarem já temos condições de oferecer as seis primeiras denúncias”, afirmou.
“As denúncias do MPF [Ministério Público Federal] virão com elementos sólidos, fartos e com provas cabais de corrupção”, afirmou, sem dizer – no entanto – o nome das empresas que serão denunciadas ao ministério no mês de setembro. O prejuízo estimado aos cofres da União é de 19 bilhões de reais, valor que foi “economizado” pelas empresas envolvidas.
O início da operação
A Operação Zelotes foi deflagrada em março deste ano para desarticular organizações que atuavam no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), manipulando o trâmite de processos e o resultado de julgamentos.
As investigações começaram em 2013, quando foi descoberta uma organização que “atuava no interior do órgão, patrocinando interesses privados, buscando influenciar e corromper conselheiros com o objetivo de conseguir a anulação ou diminuir os valores dos autos de infrações da Receita Federal”. As investigações identificaram que, em diversas ocasiões, foi constatado tráfico de influência no convencimento de empresas devedoras ao Fisco.
Cotidiano