O MP (Ministério Público) deflagrou nesta terça-feira (10) a Operação Ju$$ara para desarticular um esquema de ilegal de extração, comercialização, transporte e industrialização de palmito de forma clandestina de palmito.
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Foram cumpridos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) 15 mandados de busca e apreensão em Maquiné, Três Forquilhas, Porto Alegre, Caraá, Terra de Areia, Dois Irmãos, Canoas, Caxias do Sul, Gravataí e São Leopoldo.
As investigações apontam que o grupo criminoso extrai o palmito da espécie Juçara, ameaçado de extinção em área de proteção ambiental, local onde a extração é proibida. A extração criminosa é feita, inclusive, dentro de Unidades de Conservação localizadas em vários municípios do Litoral Norte do Rio Grande do Sul.
São investigadas as empresas responsáveis pelas marcas Três Forquilhas, JN, Serra Azul e Conservas Manzan.
O esquema
Os suspeitos cortam o palmito dentro da mata nativa e o cozinham na hora, em acampamentos improvisados, sob péssimas condições de higiene e, depois disso, envasam e transportam-no para fábricas clandestinas, onde recebem rótulos falsificados.
Além do impacto ambiental, há risco à saúde humana, já que o palmito, se preparado sem condições básicas de higiene, pode causar a doença conhecida como botulismo. Além do corte de palmito, o produto é rotulado e colocado no mercado de consumo pelas empresas como se fosse da espécie Palmeira Real, cuja comercialização é autorizada.