Ministério Público investiga cartel de empresas que recolhem lixo

A promotoria de Justiça Criminal de Porto Alegre, com apoio da BM (Brigada Militar) e do MPC (Ministério Público de Contas), deflagrou a operação Conexion, que investiga denúncias da existência de um cartel formado por empresas do ramo de coleta de resíduos sólidos.
Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão e sete de prisão preventiva nos municípios de Novo Hamburgo, Porto Alegre, Tramandaí, Igrejinha, Canela, Torres, Santo Antonio da Patrulha, Alvorada, Taquara, Carlos Barbosa, Parai e Arroio do Meio.
O esquema
Após sete meses de investigações, com interceptações telefônicas autorizadas pela Vara Criminal da Comarca de Torres, foi desvendado um esquema criminoso organizado pelo grupo de empresários. O objetivo principal era fraudar processos licitatórios, dividindo o mercado de atuação de cada empresa, eliminando assim o caráter competitivo das concorrências.
Segundo o MP (Ministério Público), o grupo fundou uma associação, a Agelurb (Associação Gaúcha das Empresas de Limpeza Urbana), sediada em Novo Hamburgo. Com ela, o cartel – composto por ao menos 25 empresas –organizava a divisão do mercado e determinava qual das empresas integrantes do esquema seria a vencedora da próxima licitação ou alvo de contratação emergencial por parte de alguma cidade.
Entre elas, estão a Mecanicapina e WK Borges de Porto Alegre, que prestam serviços em Porto Alegre, Canoas e Novo Hamburgo; Onze Construtora e Urbanizadora; Brisa Transportes e Trans Ambiental, ambas de Tramandaí; Geral Transportes, de Canela; Biomina e Camaro, de Taquara; Komac Rental, de Torres; Eco Limp, de Santo Antonio da Patrulha; Biasoto & Cia, de Carlos Barbosa; Recicagem Adeva, de Paraí, entre outras.
Conforme o MP, há fortes indícios de que as fraudes possam ter ocorrido ao menos em 12 municípios do Estado, entre eles, Palmares do Sul, Tavares, Santo Antonio da Patrulha e Novo Hamburgo. As investigações sobre o cartel ainda estão em andamento.