Cotidiano

Ministério Público denuncia 38 pessoas por tráfico de drogas em Cachoeira do Sul

O Ministério Público apresentou denúncia à Justiça de Cachoeira do Sul contra 38 pessoas por organização criminosa, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. No total, 35 pessoas estão presas preventivamente. A denúncia, oferecida na última sexta-feira (21), é assinada pelo promotor de Justiça João Afonso Silva Beltrame, membro do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), e pelos promotores de Justiça de Cachoeira do Sul Giani Pohlmann Saad e Gabriel Cybis Fontana. A ação penal é resultado da Operação Viracasaca, que derivou outras seis investigações.

A Operação Viracasaca, deflagrada em 6 de julho em conjunto entre Ministério Público, Polícia Civil e Brigada Militar, prendeu preventivamente 35 pessoas envolvidas em uma organização criminosa que atuava no tráfico de drogas em Cachoeira do Sul, além de um policial militar, preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.

O MP solicitou que as principais lideranças do grupo fossem levadas para presídios de outras regiões do Estado. Foram apreendidos documentos, celulares, quatro automóveis, um caminhão e R$ 56 mil em espécie. Atuaram desde o início da madrugada do dia 6 de julho, cerca de 270 agentes das três instituições, com o emprego de 90 viaturas e um helicóptero. Foram cumpridos 37 mandados de busca e apreensão.

A investigação iniciou a partir de informações da Brigada Militar ao controle externo da atividade policial do MP em Cachoeira do Sul de que um sargento da BM teria relações de parentesco com o líder do tráfico na cidade, há cerca de um ano. Meses depois, a Polícia Civil passou a apoiar as investigações do MP. Durante esse período, quase 20 quilos de entorpecentes foram apreendidos.

Entre as investigações ainda em aberto está a referente à lavagem do dinheiro proveniente do tráfico a partir de empresas em nome de mulheres ligadas a integrantes da organização criminosa. Essas empresas eram também utilizadas para contratar regularmente os membros do grupo para que, quando fossem presos, tivessem o direito ao auxílio reclusão – R$ 500 desse valor era direcionado para o pagamento mensal de advogados. Além disso, segundo o Ministério Público, as empresas forneciam as cartas de emprego para que os membros da facção pudessem progredir para o regime semiaberto com saída externa. Outra investigação em andamento é a referente à violação de sigilo funcional de um sargento da Brigada Militar.