Cotidiano

Mercado financeiro derrete, dólar dispara e Bolsa de SP registra queda de 12%

O mercado financeiro brasileiro está enfrentando uma grande turbulência nesta segunda-feira (9). Os motivos são uma queda acentuada no preço do barril de petróleo e o medo de uma recessão global causada pelo avanço do coronavírus.

O mercado financeiro brasileiro enfrentou uma grande turbulência nesta segunda-feira (9). Os motivos são um derretimento no preço do barril de petróleo e o medo de uma recessão global causada pelo avanço do coronavírus. A Bolsa de Valores de São Paulo teve a maior perda do século, com retração de 12%.

Por volta das 9h da manhã, na abertura do mercado, o dólar alcançou os R$ 4,7940, mas fechou a segunda-feira com R$ 4,727. O Banco Central do Brasil interveio no mercado, queimando cerca de US$ 3 bilhões da divisa americana guardadas em reservas cambiais. A medida é meramente paliativa, apenas para reduzir o choque na cotação.

A crise foi deflagrada pela guerra de preços de petróleo iniciada pela Arábia Saudita como retaliação à Rússia, algo que não era esperado pelos analistas. O país saudita sinalizou que elevará a produção para ganhar participação no mercado, que já está com sobre oferta.

O preço do barril de petróleo teve o maior recuo diário desde a Guerra do Golfo, em 1991. O tonel de petróleo tipo brent chegou a cair 31% no início da sessão, para US$ 31,02, menor nível desde 12 de fevereiro de 2016. A commodity custava US$ 34,85 às 10h. Isso representa uma queda de 22,97% no valor.

Somada à crise humanitária causada pelo avanço do coronavírus, que se dissemina rapidamente na Itália, o mercado teme por uma recessão. O governo do país da costa mediterrânea ordenou um bloqueio virtual em grande parte de seu norte – incluindo a capital financeira, Milão. É uma nova e drástica tentativa de conter o surto. Até 16 milhões de pessoas estão sob quarentena obrigatória. A Itália registra 366 mortes por coronavírus.

Queda nas bolsas pelo mundo

A Bolsa brasileira, a B3 (antiga Ibovespa), abriu as 10h. Por volta das 10h35, as vendas foram interrompidas por segurança, após 10,02% de queda nas ações. As compras e vendas recomeçaram por volta das 11h10. As 11h30, a B3 tinha queda de 8,7% nos papéis.

Pelo mundo, a segunda-feira foi de tombos nas bolsas. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 3,42%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 3,01%. Em Tóquio, no Japão, o índice Nikkei recuou 5,07%, a 19.698 pontos. Em Xangai, na China, o índice SSec perdeu 3,01%, a 2.943 pontos. Já em Hong Kong,  território autônomo chinês, o índice Hang Seng caiu 4,23%, a 25.040 pontos.

Pela Europa, o dia também é de perdas. O índice FTSE 100, de Londres, chegou a cair 8%, com as ações das principais petrolíferas BP e Royal Dutch Shell desabando mais de 20%.

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