O MARGS (Museu de Arte do Rio Grande do Sul – Praça da Alfândega, s/n° — Centro Histórico de Porto Alegre), instituição vinculada à Sedac (Secretaria de Estado da Cultura), em parceria com a Fundação Iberê Camargo (Av. Padre Cacique, 2000 – Cristal, Porto Alegre), apresentará, no dia 24 de fevereiro, a exposição “Carlos Vergara – Poética da exuberância”.
A inauguração ocorrerá em eventos gratuitos e abertos ao público nas duas instituições. No MARGS, o encontro e as visitas guiadas pelo artista e pelo curador terão início às 11h, e na Fundação Iberê, a partir das 14h, seguidas por uma conversa no auditório às 16h. A exposição estará em exibição até 5 de maio.
O projeto resulta de uma parceria inédita entre as instituições foi estabelecida em comemoração aos 70 anos do MARGS. A exposição foi dividida em duas partes, apresentadas simultaneamente na Fundação Iberê e no Museu. O curador Luiz Camillo Osorio, que acompanha a produção do artista gaúcho Carlos Vergara há muito tempo, foi convidado para organizar a exposição.
“Carlos Vergara – Poética da exuberância” oferece uma retrospectiva da carreira do artista, reunindo mais de 90 obras provenientes de coleções do Rio de Janeiro e de Porto Alegre. Na Fundação Iberê, a seleção apresentada no 2º andar destaca a produção em desenho e pintura, com destaque para obras desde a década de 1960, algumas delas expostas pela primeira vez, como as realizadas quando Vergara era assistente de Iberê Camargo no Rio de Janeiro. Já no MARGS, a mostra ocupa duas salas do 2º andar e destaca os processos experimentais do artista envolvendo monotipia e pintura, com a reunião de trabalhos em grande formato que integram as séries “São Miguel” e “Boca de forno”.
A exposição faz parte do programa expositivo “História do MARGS como História das Exposições”, que aborda a memória da instituição ao revisitar episódios, eventos e exposições do passado. A curadoria da exposição e homenagem a Vergara é Luiz Camillo Osorio, pós-doutor em universidades em Lisboa e Porto, com doutorado em Filosofia pela PUC-Rio. Além de sua pesquisa acadêmica, atua como crítico e curador, sendo curador do Instituto PIPA desde 2016. Já foi curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e do Pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza.
O homenageado
Carlos Vergara é um dos principais nomes da arte brasileira. Ele nasceu em Santa Maria, Rio Grande do Sul, em 1941, mas mudou-se para São Paulo aos 2 anos de idade. Desde 1954, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira nos anos 1960, sendo aluno e assistente de Iberê Camargo. Após explorar o viés expressionista em desenho e pintura, passou a absorver elementos gráficos e da cultura de massa, integrando a Nova Objetividade, uma manifestação politizada da pop art no Brasil.
Nos anos 1960, participou de importantes exposições e eventos de vanguarda que evidenciaram a postura crítica dos artistas diante da realidade social e política da época. Nos anos 1970, começou a explorar a fotografia e o filme, documentando festejos populares como o Carnaval. Em 1975, integrou o conselho editorial da revista Malasartes e, em 1977, participou da fundação da Associação Brasileira de Artistas Plásticos Profissionais.
Na década seguinte, retomou a pintura, pesquisando técnicas e processos experimentais e inovadores. Nos anos 1990, aprofundou o uso de elementos da natureza e minérios como pigmentos em suas obras. Desde então, a pintura e a monotipia têm sido o cerne de seu percurso de experimentação, resultando em obras contemporâneas caracterizadas pela inovação e expansão do campo da pintura. Ao longo de sua carreira, Carlos Vergara participou de mais de 200 exposições, incluindo a Bienal de São Paulo, Bienal de Veneza e Bienal do Mercosul. Em 2015, apresentou sua mais recente individual, “Sudários”, no Instituto Ling em Porto Alegre.