Marcelo Odebrecht confirma à Lava Jato versão de delator sobre Temer

Depoimento de herdeiro da empreiteira respalda colaboração de Cláudio Melo Filho sobre o pagamento de R$ 10 milhões ao PMDB em 2014 feito a pedido do presidente

O ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht confirmou à Lava Jato a versão do ex-executivo da empreiteira Cláudio Melo Filho sobre pagamento de R$ 10 milhões ao PMDB feito a pedido do presidente Michel Temer. De acordo com procuradores, as oitivas seguiram terça (13) e devem durar ao menos três dias.

Nas palavras de Melo Filho, Temer solicitou, “direta e pessoalmente para Marcelo”, recursos para as campanha do PMDB em 2014, informação que foi confirmada por Odebrecht. Segundo ele, o peemedebista se utilizava de “seus prepostos para atingir interesses pessoais”.

Marcelo respaldou o episódio do jantar no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, com a presença de Temer, então vice-presidente, e do hoje ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, no qual, segundo os delatores, foi acertado o pagamento de R$ 10 milhões para a campanha peemedebista.

Ele não deu detalhes sobre a operacionalização do dinheiro que, de acordo com Melo Filho, foi feita por Padilha. Segundo o ex-executivo, o hoje ministro do governo pediu que parte dos recursos fosse entregue no escritório de José Yunes, assessor e amigo de Temer, em São Paulo.

Outro lado nega

Temer, Padilha e Yunes negam ter praticado qualquer tipo de irregularidade e a empreiteira não se manifesta sobre o teor dos acordos. O patriarca da empresa, Emílio Odebrecht, também iniciou seu depoimento no acordo de colaboração. Ele foi à sede da Procuradoria-Geral da República em Brasília nesta terça-feira (13).

Assim como Marcelo, Emílio deve detalhar a relação da empreiteira com os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, do PT.