Cotidiano

Mapas de áreas de risco são entregues a dez municípios paulistas

Dez municípios de São Paulo receberam hoje (30) o mapeamento de áreas com risco de deslizamentos e inundações. O levantamento foi feito Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que avaliou a probabilidade de ocorrência desses fenômenos naturais nas divers...

Dez municípios de São Paulo receberam hoje (30) o mapeamento de áreas com risco de deslizamentos e inundações. O levantamento foi feito Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que avaliou a probabilidade de ocorrência desses fenômenos naturais nas diversas regiões. O objetivo é ajudar na prevenção e proteção à população em áreas urbanas.

A chamada carta de suscetibilidade traz informações sobre a elevação dos terrenos analisados, precipitações médias anuais e mensais da chuva, declividade, padrões de relevo, além de descrever os tipos de rochas da região. O projeto foi desenvolvido em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). 

Além das cidades de Caçapava, Joanópolis, Potim, Pindamonhangaba, Piracaia, Santo Antônio do Pinhal, São Bento do Sapucaí, São Caetano do Sul, Taubaté e Tremembé,  87 receberam o documento anteriormente. Em 2019, o mapeamento deve ser feito em outras cidades paulistas. Em todo o Brasil foram mapeados 414 municípios de 22 estados. 

Crescimento urbano

Segundo o Serviço Geológico, o trabalho permite guiar o crescimento urbano de forma segura e adequada para evitar vítimas, perdas e danos nos setores sociais, econômicos e de infraestrutura, como habitação, energia, saneamento, comércio, agricultura e serviços. 

“É importante que os gestores saibam quais são as áreas dentro de seu município que podem ter mais problemas e, a partir daí, direcionar a melhor forma de crescimento para evitar essas áreas. Não significa que todas não possam ser ocupadas, mas que ao ocupar vai ser necessário mais estudos, mais obras de contenção e mais cuidado para ocupar”, explicou a chefe da Divisão de Geologia Aplicada do CPRM, Sandra Silva.

O mapeamento inclui a setorização de risco, avaliando a forma de ocupação. O documento entregue à prefeitura identifica o número de casas que estão em situação mais crítica e uma estimativa da população. 

“São feitas algumas recomendações sobre o direcionamento que a prefeitura deve tomar em caso de chuva, como a necessidade de retirada das pessoas, onde será necessário fazer estudos mais detalhados com cálculos estruturais, estudos hidrológicos, drenagem”, informou.

De acordo com a geóloga, o Serviço Geológico não fiscaliza as ações tomadas pelos municípios a partir da entrega da carta de suscetibilidade, mas faz novas visitas para atualizar o mapeamento. “Nós damos esse apoio para a Prefeitura que têm a responsabilidade, prevista em lei, de cuidar da cidade para evitar desastres. Não conseguimos acompanhar todos os municípios, mas de três em três anos atualizamos os dados, para ver o que modificou”. 

Riscos naturais

Segundo os dados, na região Sudeste, estão propensas a riscos naturais 1.609.200 de pessoas e 366.720 mil moradias, de 486 municípios. No Nordeste são 1.101.903 de pessoas e 272.229 mil casas, em 481 cidades. No Norte, os números chegam a 446.385 mil e 109.044 mil, em 226 municípios. Em seguida estão o Sul, com 758.841 mil pessoas em risco e 188.907 moradias, nos 317 municípios estudados. Por último vem o Centro-Oeste com 43.330 mil pessoas em risco e 9.358 moradias, nas 62 cidades mapeadas.

O trabalho foi iniciado em 2012, a partir do Programa de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais do Governo Federal, depois de uma sequência de chuvas fortes, entre 11 e 12 de janeiro de 2011, atingir a região serrana do Rio de Janeiro, causando uma grande enxurrada e vários deslizamentos de terra na região. Na época, osO municípios mais afetados foram Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim na Região Serrana, e Areal na Região Centro-Sul do estado, entre outros.