Cotidiano

Maggi defende valorização dos agricultores na produção de cacau

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse hoje (24), em São Paulo, após participar de encontro promovido pela World Cocoa Foundation, que a pasta vem fazendo "grande esforço" para que o Brasil volte a liderar a produção...

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse hoje (24), em São Paulo, após participar de encontro promovido pela World Cocoa Foundation, que a pasta vem fazendo “grande esforço” para que o Brasil volte a liderar a produção mundial de cacau.

“É um setor que começa a despertar o interesse econômico. Mas ninguém vai produzir cacau porque acha bonito. Tem que produzir para ganhar dinheiro. Todo mundo lá no campo tem que ser remunerado e quem é do topo dessa cadeia e não percebe isso, vai matar seu maior parceiro, que é o produtor rural, e não vai ter futuro”, afirmou.

A produção brasileira de cacau alcança, atualmente, 180 mil toneladas ao ano, menos da metade da produção no final da década de 1980, quando o país ocupava a primeira colocação no ranking mundial, com 400 mil toneladas.

Durante a palestra, o ministro estimou aumento de 50% na produção brasileira do produto nos próximos cinco anos, passando a 300 mil toneladas anuais. Para os próximos 10 anos, o ministro prevê um crescimento de 100%.

Na tentativa de resgatar uma posição de liderança, o ministério incorporou a Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), a fim de recuperar as ações que estavam abandonadas. A meta consta no plano de expansão Sustentável da Produção, informou. Na Amazônia, o fruto tem apresentado crescimento médio de 10 mil hectares por ano em sistemas agroflorestais, disse.

Para voltar a fazer parte ativa da Organização Internacional do Cacau (ICCO), de acordo com o ministro, é preciso realinhar políticas públicas e de gestão como a oferta de assistência técnica pelos governos estaduais. “Deixamos de contribuir com entidades que o Brasil fazia parte e estamos colocar isso novamente para fazer com que o país tenha voz de voto.”

“Houve um desmantelamento dessa cadeia como um todo e perdeu-se também a questão da assistência técnica. Mas, agora, constatado o problema, refazendo as questões, esperamos que as mudanças de governo não venham atrapalhar programas muito importante que temos”, disse, em relação a sua expectativa quanto ao sucessor no cargo.

Blairo Maggi disse esperar que o novo governo mantenha ações em andamento, dando suporte aos produtores rurais e desenvolvendo um programa de desburocratização. Ele defendeu menos interferência do estado, regras claras e ações que permitam agilizar as etapas de escoamento da safra de forma a reduzir os custos de produção.