No contexto da cúpula do G20, os líderes das principais economias mundiais acordaram neste sábado (29/06) em fechar um pacto sobre a mudança climática, semelhante ao firmado em 2018.
“Teremos um texto semelhante ao da Argentina, uma declaração 19+1”, informou a chefe de governo da Alemanha, Angela Merkel, a repórteres reunidos em Osaka, aludindo também ao fato de que, mais uma vez, os Estados Unidos se recusam a participar.
O país alega aceitar a determinação dos demais 19 membros do grupo em combater a mudança climática, porém sem se comprometer, acrescentou Merkel.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, confirmou que os líderes haviam encontrado campo comum na proteção climática, apesar de “grandes diferenças” em suas visões. Por outro lado, todos os 20 confirmaram a necessidade de uma política comercial livre, justa e não discriminatória.
“A economia global continua a enfrentar riscos de prejuízos enquanto persistem as tensões comerciais”, comentou o premiê. “Os líderes do G20 acordaram quanto à necessidade de os países-membros impulsionarem um forte crescimento econômico global” e, ao mesmo tempo, de estar de prontidão para adotar novas ações, se for preciso.
Abe mencionou ter enfatizado aos presidentes americano, Donald Trump, e chinês, Xi Jinping, a extrema importância de se empenharem em discussões construtivas, a fim de resolver suas tensões comerciais.
Em seguida às deliberações conjuntas, o ministro chinês do Exterior, Wang Yi, declarou numa coletiva de imprensa ao lado do secretário-geral da ONU, António Guterres: “A nosso ver, a mudança climática determinará o destino da humanidade, portanto é imperativo que nossa geração faça as escolhas corretas.”
A chanceler federal alemã louvou o Acordo do Clima firmado em 2016 em Paris, frisando que “esse processo não pode ser revertido”. Além disso, alguns dos líderes presentes em Osaka teriam expressado disposição de incrementar seus esforços para reduzir os gases-estufa, visando “emissões zero” até 2050.
No encontro anterior do G20, em Buenos Aires, a maior parte dos países participantes reafirmara seu respaldo ao decisivo Acordo de Paris para o enfrentamento da mudança climática global, declarando-o “irreversível” e comprometendo-se a sua “implementação integral”.
Os EUA, porém, representados por Trump, retiraram-se do Acordo de Paris, afirmando “seu forte comprometimento com o crescimento econômico e acesso e segurança em relação à energia”.