Cotidiano

Justiça mantém prisão de prefeito acusado de associação ao tráfico

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) decidiu manter a prisão do prefeito de Japeri, Carlos Moraes Costa (PP). Ele é acusado de associação ao tráfico de drogas e de integrar o núcleo político de uma organização criminosa que atua em um compl...

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) decidiu manter a prisão do prefeito de Japeri, Carlos Moraes Costa (PP). Ele é acusado de associação ao tráfico de drogas e de integrar o núcleo político de uma organização criminosa que atua em um complexo de favelas da cidade. 

O prefeito estaria favorecendo os interesses de traficantes, utilizando para isso o peso de seu cargo no município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Também continuarão presas mais três pessoas que participariam do núcleo, entre eles Wesley George de Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Japeri, e o vereador Claudio José da Silva. A outra acusada é Jenifer Aparecida Kaizer de Matos, apontada como responsável por desempenhar papel estratégico no elo entre políticos e traficantes.

A decisão foi concedida ontem (13) por unanimidade. Os desembargadores do Segundo Grupo de Câmaras Criminais indeferiram o recurso de agravo interno, no qual a defesa dos réus pedia a revogação das prisões.

Os quatro estão presos desde julho quando foi deflagrada a Operação Senomes, pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e pela Polícia Civil. A Justiça também determinou na ocasião a suspensão do exercício da função pública do prefeito e dos dois vereadores.

“A investigação apurou que os políticos valiam-se de seus mandatos para repassar informações privilegiadas e para articular ações integradas que permitissem ao bando desenvolver livremente suas atividades ilícitas. A denúncia descreve que o uso do prestígio político deles não se limitava à prática de atos de persuasão junto a outras autoridades, tendo sido detectados indícios de fraudes em licitações e desvios de dinheiro público em favor dos interesses da organização criminosa”, informa nota divulgada pelo MPRJ.

Ainda de acordo com a denúncia, os políticos se beneficiavam da associação com os traficantes, através da qual estruturavam um “curral eleitoral imune à ação de adversários”. Eleito em 2016, Carlos Moraes derrotou na disputa o atual presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT). Com a suspensão do execício da função pública, assumiu o então vice-prefeito César Melo (PSB).

A Agência Brasil fez contato com a prefeitura de Japeri e com a câmara dos vereadores do município, mas ainda não obteve retorno.