Atendendo a Promotoria de Justiça de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro e Organização Criminosa, a Justiça de Alvorada recebeu, no último dia 7, a denúncia ajuizada contra o vereador reeleito por Alvorada, Vanio Presa (PMDB), a companheira dele, Patrícia Vieira de Mello, Ronaldo Ramos, irmão do vereador e dono de uma das pizzarias usadas para lavagem de dinheiro do grupo criminoso, e Juliano Cassal Manenti, braço direito e assessor fantasma na Câmara Municipal de Vereadores, que trabalhava na verdade como pizzaiolo. A denúncia oferecida foi assinada pelo promotor de Justiça Marcelo Tubino.
Os réus foram investigados pela Operação Alderman (que significa vereador em inglês). Os quatro são acusados de cometerem os crime de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Vanio Presa segue foragido. O juiz negou os pedidos das defesas dos outros quatro para redução das fianças arbitradas.
As investigações iniciaram em março deste ano por envolvimento em diversos crimes. Em 8 de novembro, a Operação cumpriu sete mandados de busca e apreensão em escritórios de contabilidade, pizzarias, uma residência e veículos. As investigações foram fruto de um esforço conjunto das Promotorias de Justiça Criminal, Especializada e Eleitoral de Alvorada, do Gaeco (Grupo Especializado de Combate ao Crime Organizado) e do Nimp (Núcleo de Inteligência do Ministério Público).
O esquema
Segundo o apurado, o grupo criminoso chefiado pelo vereador, para disfarçar a origem do dinheiro proveniente de crimes licitatórios, contra administração, tráfico de drogas e agiotagem, colocava bens em nome de terceiros e utilizava pizzarias para lavar o capital. Estima-se que tenham sido lavados mais de R$ 1 milhão. O mandado de prisão contra o vereador foi decretado em virtude de tentativas de obstrução da investigação, além da garantia da ordem econômica, aplicação da lei penal e garantia da ordem pública. O vereador pelo PMDB foi afastado do cargo.
Ainda no dia da Operação, foi determinado bloqueio de bens do grupo criminoso em contas correntes, imóvel no Litoral Norte gaúcho e dois imóveis em Alvorada, além de cinco veículos. No campo da improbidade administrativa, o vereador já responde a ações judiciais de por fraudes em licitações, além de ser investigado por desvio de verbas de diárias e por possuir “assessores fantasmas”, que recebiam remuneração pela Câmara de Vereadores, mas trabalhavam nas pizzarias do vereador, que se apropriava de parte dos salários deles.