Em visita a Pacaraima, município de fronteira que tem recebido centenas de imigrantes venezuelanos, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que, no momento, não há possibilidade de liberação de novos recursos para o governo de Roraima. Segundo ele, o estado ainda não gastou toda a verba disponibilizada pelo governo.
“O governo do estado tem R$ 70 milhões que ainda não gastou na área da saúde. Além disso, o governo teve o apoio de todo esse aparato em recursos humano procurando construir abrigos e equacionar essa questão”, disse Jungmann.
“Você tem duas atitudes perante essa dificuldade que nós estamos vivendo: uma é ver as falhas e procurar resolver isso, dar as mãos. Uma outra postura é procurar dividendos em uma crise e eu não acho isso nenhum pouco saudável. Vamos continuar procurando atender, superar falhas e problemas porque acredito que isso é uma forma construtiva”, destacou.
O ministro chegou por volta das 13h30 para visitar as instalações dos serviços emergenciais prestados aos imigrantes venezuelanos que pretendem solicitar refúgio ou residência temporária no Brasil.
Jungmann conversou com alguns refugiados, ouviu pedidos de ajuda para que o governo garanta condições de trabalho, abrigo e dignidade.
Pacaraima está no centro de uma crise na fronteira com a Venezuela. No último fim de semana, moradores de Pacaraima atacaram barracas e abrigos de venezuelanos, ateando fogo e provocando o retorno de 1,2 mil imigrantes para o país vizinho. Após o ocorrido, o governo enviou uma comissão interministerial para avaliar a situação.
Recursos
Ontem (22) o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, disse que dos R$ 185 milhões liberados pela União para o governo de Roraima e prefeituras do estado investirem na área da saúde, R$ 70 milhões ainda estão disponíveis.
Sobre o pedido do governo de Roraima para arcar com as despesas de quase R$ 200 milhões que o estado já teve com a chegada em massa dos venezuelanos na região de Pacaraima, Etchegoyen disse que “não há por quê” colocar mais dinheiro agora porque o governo federal já enviou recursos à região.