Javier Milei foi empossado presidente da Argentina neste domingo (10). Diante de seus apoiadores, fez seu primeiro discurso na frente do Congresso Nacional, onde foi declarado mandatário pela manhã. Em suas primeiras palavras, ele destacou que hoje se inicia um novo momento em seu país.
Milei não poupou palavras para acentuar a crise argentina. “Não há dinheiro”, disse em referência à alta inflação do País. O indicador cresceu 50,3 pontos percentuais em 2023 e está acima de três dígitos já faz nove meses.
Além disso, de forma um tanto exagerada ampliou a análise do contexto econômico da Argentina. “Não será fácil, 100 anos de fracasso não se desfazem em um único dia. Mas começam em um dia e hoje é esse dia”, afirmou.
Para Milei, o retorno do crescimento passa por realizar um ajuste fiscal no interior da economia argentina, privilegiando o setor privado em detrimento do público. Há previsão de que o novo presidente envie ao Congresso uma proposta de reforma do Estado, com mudanças no setor econômico, financeiro e político-laboral.
Além disso, ainda na campanha, Milei havia prometido, como saída para a inflação, fechar o Banco Central Argentino e iniciar a chamada “dolarização” da economia, substituindo o atual peso pela moeda estadunidense. No entanto, ele já indicou um nome para a presidência da instituição, Santiago Bausili.
Milei reconheceu que estas medidas afetarão a vida da população, como nas áreas do emprego e dos salários, assim como na “quantidade de pobres e indigentes”, e, também, no índice de inflação. No entanto, para ele isso não é diferente do que já ocorria na Argentina nos últimos anos.
Restante da cerimônia
Após discursar, Milei seguiu em carro aberto para a Casa Rosada, sendo saudado por apoiadores que acenavam para ele nas ruas da capital argentina.
A posse de Milei, conhecido por seu viés ultraliberal, teve a presença de políticos alinhados a ele como o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, não esteve presente na posse e enviou o chanceler Mauro Vieira para participar do evento.