O Inter perdeu para o Fluminense por 1 a 0 no Maracanã, na noite desta quarta-feira (24), em mais uma rodada do Campeonato Brasileiro, que se aproxima do fim. O placar manteve o Inter na oitava colocação, mas agora a quatro pontos atrás dos sete primeiros colocados da competição, o que torna muito difícil a tarefa de conseguir uma vaga direta na Libertadores do ano que vem.
Além do mau resultado, o jogo expôs problemas recorrentes do Inter nas últimas partidas. O estilo de jogo se mantém muito parecido com o do início da “Nova era Aguirre”, com uma aposta forte no meio de campo recheado, e nas saídas rápidas de contra-ataque. A questão é que o que antes foi solução, como nos jogos contra Flamengo e Grêmio, virou problema. O Inter já não tem soluções ofensivas suficientes para superar seus adversários e encontra muita dificuldade quando precisa propor o jogo ou reagir no placar.
Foi o caso de ontem. O Fluminense obteve um pênalti com um minuto de jogo e fez desmoronar as intenções do Inter para a partida. Depois do gol de Fred, a posse de bola foi toda do Inter, que rondou a área do Fluminense durante toda a primeira etapa, mas sem provocar grande perigo. O primeiro tempo terminaria com 69% de posse para o Inter, mas com apenas seis chutes, nenhum deles realmente ameaçador. Mesma situação do segundo tempo, que teve 70% de posse para o Inter e somente a chance de Cadorini.
Um agravante foi a estratégia diferente do que se projetava. Aguirre colocou Gabriel Mercado como uma espécie de terceiro zagueiro pela direita e avançou Saravia, deslocando Edenilson da extrema direita para o miolo do meio juntamente com Dourado. Era um esquema que alternava momentos em que parecia usual 4-2-3-1, e outros em que era uma espécie de 3-5-2, com Taison e Palacios mais adiantados. Resultado, nem a defesa ficou mais segura, nem o ataque mais fluido.
Oito pontos em 30
Nos últimos 10 jogos, o Inter só venceu o Gre-Nal e o Athletico-PR, totalizando, junto com os empates contra Corinthians e Bragantino, 8 pontos em 30 disputados. O aproveitamento no período só é melhor que o da Chape, já rebaixada. O que é muito estranho, uma vez que, desde a chegada de Aguirre, o Colorado parecia ter reencontrado seu rumo.
Fato é que, nas redes sociais, o torcedor ainda debate o áudio vazado pelo ex-coordenador da preparação física do Inter, Paulo Paixão, em que ele fala da necessidade de renovação do grupo, chegando a citar nomes de jogadores que estão no Colorado há algumas temporadas.
Aguirre nega influência
Na entrevista pós-jogo, no entanto, Diego Aguirre minimizou o impacto da fala de Paixão sobre o grupo. Ele disse “acho que não influenciou (na derrota). Conversamos com os jogadores e acho que está tudo bem. Rapidamente tentamos focar no jogo, mas isso não foi nada que atrapalhou”, ponderou.
Depois, detalhou dizendo que “Eu falei com eles individualmente e com o grupo. Não quero falar mais porque foi uma opinião dele (Paixão). Não reflete a comissão. Acho que os jogadores que ele falou são muito bons, nos ajudam muito e são partes importantes do elenco. O Paulo é uma pessoa que aprendi a gostar muito” concluiu Aguirre.
Situação e próximo jogo
O Inter segue na oitava colocação com 47 pontos, mas agora está a quatro pontos do Fluminense, sétimo colocado, com 51. A última vaga direta para a Libertadores pode ir para o sexto colocado, caso o Galo vença a Copa do Brasil. Hoje, o Inter está a cinco pontos dessa posição, que hoje é ocupada pelo Bragantino. Restam três jogos para tirar essa diferença.
O próximo jogo do Inter é domingo contra o Santos, no Beira-Rio, às 19h.