A gigante chinesa das telecomunicações – Huawei lançou nova ofensiva contra o governo dos Estados Unidos (EUA), ao pedir a um tribunal norte-americano para anular a “proibição tirânica” de compra dos seus equipamentos pelos governos estatais.
“Essa lei estabelece diretamente que a Huawei é culpada e impõe elevado número de constrangimentos, com o objetivo evidente de afastar a Huawei”, disse ontem (28) um representante jurídico da empresa, Song Liuping, em comunicado divulgado pela cadeia de televisão chinesa CCTV.
O grupo tinha apresentado uma queixa em março, no Texas, por considerar que o Congresso norte-americano nunca apresentou provas para justificar as “restrições anticonstitucionais” que visam à companhia.
“Esperamos que os tribunais norte-americanos declarem que a proibição à Huawei é inconstitucional e impeçam a sua entrada em vigor”, acrescentou Song.
Na mira do gigante tecnológico está a proibição de administrações federais nos Estados Unidos comprarem equipamentos e serviços da Huawei.
“Essa maneira de usar a legislação é ato tirânico e explicitamente proibido pela Constituição dos EUA”, disse o diretor jurídico da Huawei.
O anúncio ocorre no momento em que o grupo chinês, líder mundial em 5G (a quinta geração de redes móveis), é alvo de uma nova onda de ataques de Washington.
Donald Trump decidiu, na semana passada, proibir as exportações de produtos tecnológicos norte-americanos para determinadas empresas consideradas de “risco”, entre elas a Huawei.
Como consequência imediata do anúncio de Washington, a Google anunciou que iria romper com a Huawei.
O grupo chinês depende do gigante norte-americano da internet para o sistema Android, instalado na maioria dos smartphones no mundo.
Sem o Android, a Huawei arrisca-se a não conseguir convencer os clientes a comprar os telefones da marca sem aplicações Gmail (correio), Maps (cartografia) ou YouTube (plataforma de vídeos), apenas algumas das mais conhecidas.
Diante da preocupação dos usuários e das empresas norte-americanas, os Estados Unidos concordaram em adiar a medida por 90 dias, antes de impor sanções, de forma a permitir que a Huawei e os seus parceiros se adaptem.
Presente em 170 países, a Huawei é suspeita de espiar para Pequim, o que teria contribuído para a expansão internacional da empresa chinesa.