Um homem, de 34 anos de idade, foi morto no último domingo (1º), em Higienópolis, em operação semelhante à realizada em Paraisópolis, em que nove jovens morreram pisoteados durante uma ação da Polícia Militar de São Paulo.
A PM sustenta que o homem fugiu após ser abordado pelos agentes destacados para a missão na comunidade, localizada na zona sul da cidade, a cerca de 20 quilômetros de Paraisópolis. A versão é de que um confronto se iniciou após ele abrir fogo. A ocorrência foi registrada na Rua Pacificador.
Em nota, a corporação informou que mobilizou, naquele final de semana, equipes para comparecer a bailes funk em 251 pontos distribuídos por toda a capital, no que chamou de Operação Pancadão. A PM disse que garantiu “a tranquilidade pública e paz social dos moradores da região” e que “na grande maioria dos pontos a operação foi um sucesso com a ocupação pacífica”.
“Em outros [pontos], os organizadores migraram o evento para local diverso do pré-agendado surpreendendo os moradores, causando transtorno dos mais diversos, principalmente do sossego e cerceando a liberdade de ir e vir”, acrescenta a PM no comunicado.
Vídeos
Desde a noite desta terça-feira (3), circularam nas redes sociais vídeos denunciando abusos cometidos por policiais militares em operações. Em um deles, que teria sido gravado em Paraisópolis, a câmera foca diversos agentes fardados e ao fundo escuta-se o som do que parecem ser disparos de armas de fogo, e um grito ameaçando os presentes: “Vai morrer! Vai morrer todo mundo!”.
Em outro vídeo veiculado na internet, um policial aparece agredindo jovens que saem de um local, com um cassetete. Ele dá risadas, enquanto os jovens passam com as mãos para o alto, depois de serem encurralados em uma viela.
Na manhã desta segunda-feira (2), o governador do estado, João Doria disse que não está em seus planos modificar os procedimentos da abordagem policial. “Os procedimentos, a atitude e o comportamento da Polícia Militar, ou seja, o programa de segurança pública do governo do estado de São Paulo não vai mudar”, afirmou.
Ontem (3), o Ministério Público de São Paulo anunciou que investigará as ocorrências, para averiguar se houve violência policial na operação. Além da investigação dos procuradores, a ação policial em Paraisópolis é alvo de mais duas apurações, uma tramita na Corregedoria da Polícia e a outra no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Até o momento, a pasta não respondeu à reportagem.