4,73 METROS

Guaíba recua e fica abaixo do nível da cheia de 1941

O nível no Cais Mauá atingiu os 4,73 metros na medição do Serviço Geológico do Brasil feita às 9h15 da manhã.

Crédito: Giulian Serafim / PMPA
Crédito: Giulian Serafim / PMPA

A grande cheia do Guaíba de 2024 cedeu mais um pouco entre a noite de quinta-feira (9) e a manhã desta sexta (10). O nível no Cais Mauá atingiu os 4,73 metros na medição do SGB (Serviço Geológico do Brasil) feita às 9h15 da manhã. Os dados são compartilhados com a ANA (Agência Nacional de Águas).

Em 1941, naquela que havia a maior enchente vivenciada em Porto Alegre, o nível chegou a 4,76 metros. Outras fontes históricas, no entanto, situam a enchente como sendo de 4,75 metros.

Nesse momento, o Guaíba tem reduzido o nível em cerca de 1 a 2 centímetros por hora. Desde a madrugada, a água vem baixando de forma mais sorrateira. Nas últimas 24h, a redução acumulada foi de 30 centímetros de altura. Mas, nas últimas 12h, foi de apenas 10 centímetros.

“Repique” por causa da chuva

A projeção do IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas), porém, não é animadora. A volta das chuvas no Estado deve provocar um “repique” na enchente. Ontem, os pesquisadores Fernando Fan, Rodrigo Paiva e Sampaio, em conjunto com a empresa RHAMA Analysis divulgaram três cenários prováveis.

No primeiro, com grande volume de precipitação, o Guaíba voltaria a exceder os 5 metros e poderia atingir os 5,20 ou 5,30 metros entre terça (14) e quinta-feira (16). Na projeção com menor volume de chuva, o nível da água voltaria a se aproximar dos 4,76 metros de 1941 na terça-feira (14), voltando ao patamar atual apenas na quinta (16) ou sexta-feira (17).

“Caso as chuvas não se confirmem, tendência de redução gradual mantendo-se acima de 4 metros por mais de uma semana”, afirmam os pesquisadores.

“Considerando ainda a elevada duração prevista e possibilidade de repiques da cheia, recomenda-se ainda atenção nas áreas de risco, atenção especial a população desalojada e ações imediatas na busca de soluções para reestabelecimento de infraestruturas de serviços essenciais como abastecimento d’água e manejo de resíduos sólidos”, exortam.