Cotidiano

Grupo investe em BioParques, substituindo túmulos por árvores

Empreendimento une a ressignificação da morte à consciência ecológica

O setor funerário no Brasil movimenta cerca de R$ 7 bilhões ao ano, segundo o Sindicato dos Cemitérios e Crematórios do Brasil – SINCEP. O número de crematórios no país aumentou 1000% em 20 anos. Já o crescimento anual neste setor varia entre 10 e 15%. O resultado consolida a prática como um forte viés cultural em diversos países.

Neste contexto, em que a destinação das cinzas, muitas vezes, acaba se transformando em um dilema para as famílias, os investimentos realizados nos chamados BioParque buscam resolver a questão. O modelo cria não só uma solução ecológica para o mercado póstumo, mas um processo humanizado que traga leveza e um novo olhar para a morte.

Do ponto de vista científico, tal crescimento está relacionado à uma prática que interrompe o ciclo de vida de muitos micro-organismos danosos à saúde. Sob a ótica da vida urbana, resolve problemas de uso e ocupação do solo nas grandes cidades, supersaturadas por populações numerosas.

Em Minas Gerais, as empresas Primaveras, de São Paulo; Grupo Parque, de Alagoas, e a Prevenir, de Minas Gerais, se uniram à Seven Capital para criar um BioParque, inaugurado em agosto de 2019. De acordo com os idealizadores, o empreendimento une a ressignificação da morte à consciência ecológica, ao transformar cemitérios em bosques, em que as lembranças são cultivadas em sintonia com a preservação do meio ambiente.

Procedimento

Após escolher uma entre várias espécies típicas regionais, em cerimônias especiais, as famílias realizam o plantio de sementes em BioUrnas, isto é, em urnas ecológicas patenteadas pelo BioParque e desenvolvidas na Espanha por designers catalães.

Essas urnas são monitoradas de 12 a 24 meses por uma equipe de especialistas no IncubCenter, uma espécie de viveiro ultra tecnológico. Após esse período, uma nova cerimônia é agendada para o plantio definitivo da árvore no solo do parque.

QRcode

Todas as árvores são identificadas por um QRcode e o seu crescimento pode ser acompanhado por uma plataforma exclusiva que possibilita, ainda, a inserção de imagens, textos e áudios, para que cada família (re)construa, de forma personalizada, a história de seu homenageado. Para quem adquirir mais de uma árvore, o BioParque oferece possibilidades como a criação de jardins e bosques.