O Grupo Heineken adquiriu a Brasil Kirin Holding S.A (“Brasil Kirin”) dona da marca Schin em 2017. Com o negócio, a companhia holandesa se tornou a segunda maior empresa de cerveja do Brasil. No Rio Grande do Sul, o negócio refletiu em 470 empregos diretos na fábrica de Igrejinha, cidade a 90 quilômetros de Porto Alegre. Na unidade são produzidos 30 milhões de litros por mês. A fábrica mantém a operação 24 horas.
A estrutura também foi responsável por todo chope da 31ª edição da Oktoberfest do município entre os dias 12 e 21. Foram 180 mil litros, sendo 170 mil litros de chope Schin e 10 mil litros de chope Eisenbahn. Para marcar a chegada da bebida às 150 torneiras espalhadas pelos bares no Parque de Eventos Almiro Grings e anunciar o início da festividade, no dia 11, foi realizada a Carreata do Chope, de Novo Hamburgo, até a Igrejinha. O Bierwagen (carro de cerveja) da Oktoberfest, percorreu as ruas da cidade, com uma bandinha típica, para distribuindo chope gratuitamente nos dias do evento.
A integração entre as fábricas locais e a comunidade dão o tom dessa festa que congrega diversas atividades ligadas à cultura alemã, gastronomia e apresentações de artistas locais e nacionais, em seus dez dias de realização. Neste ano, os artistas nacionais foram Jota Quest – a banda abriu a festa- as irmãs Maiara & Maraísa, Thiaguinho e a dupla sertaneja Henrique & Juliano, que encerrou a celebração nesse domingo (21) com recorde de público para domingos, com 39 mil visitantes. Os números ainda são parciais – ao longo da semana serão apresentados os balanços oficiais desta edição.
Consumo consciente
No período de festas patrocinadas pela marca, uma das caraterísticas é o estímulo ao consumo consciente da bebida. No caso da Oktoberfest de Igrejinha, promotores realizaram ações pelo parque como a troca de copos descartáveis de chope por uma garrafa de água – além de dar a oportunidade de girar uma roleta e concorrer a brindes. Outro ponto positivo é a identificação do público maior de idade com pulseiras, para evitar a comercialização de bebida alcoólica para menores de idade, uma exigência do grupo.
A Heineken registra em seu portfólio as marcas Sol, Kaiser, Bavaria, Bavaria 0,0%, Xingu, Amstel, Kirin Ichiban, Schin, Schin 0,0%, No Grau, Devassa, Baden Baden, Eisenbahn e Glacial. Entre os não-alcoólicos são refrigerantes, sucos e energéticos: Água Schin, Itubaína, K Energy Drink, Schin Tônica, Skinka e Viva Schin.
Visita na fábrica
A fábrica Heineken de Igrejinha possui sete poços artesianos, duas caldeiras movidas a gás, 22 tanques chamados de “adega”, nove silos, quatro linhas de envazamento. Quatro laboratórios de análise. Nas linhas de envazamento é feito o engarrafamento e o enlatamento de cerveja, refrigerante e água. Em uma hora são engarrafados 60 mil litros de cerveja e enlatados 90 mil litros. É realizado um rodízio neste setor para preparar os lotes de produtos e sabores diferentes.
A reportagem visitou o local e conheceu um pouco sobre produção da cerveja. O mestre cervejeiro da unidade André Ferraz foi o responsável por apresentar o tema. Ele falou sobre as etapas de brassagem fermentação e filtração. Explicou a diferença entre maltes e as temperaturas da secagem. “O malte é a semente germinada. Nesse ponto a semente se torna mais solúvel, então a gente começa o processo de moagem. Quando vai brotar, ela libera mais enzimas e as enzimas vão permitir que várias reações aconteçam, e várias reações importantes para a fabricação de cerveja. Essas enzimas vão funcionar como uma tesoura, quebrando o amido em pedaços menores para o fermento, a levedura ‘comer’ aquilo e se transformar em álcool e co2 e proteína, isso vai ser a espuma da nossa cerveja e também, de alguma forma, alimento do nosso fermento. Então toda essa etapa acontece no processo de malteação. Então quando a gente fala do malte, é uma semente que passou por e esse processo”.
As temperaturas da secagem vão diferenciar os tipos de malte. Uma temperatura baixa, resulta em um malte pilsen, por exemplo. Com o malte moído e começa a brassagem, quando ele é fervido com água, resultando no mosto, um líquido amargo, que receberá o acréscimo do lúpulo, a planta responsável pelo aroma e amargor da bebida. Em seguida, as etapa de fermentação e filtração. Depois de pronto, têm-se o chope. A cerveja vai se diferenciar com o processo de pasteurização.