Dezenas de postos de saúde de Porto Alegre estão sem atendimento aos moradores nesta quarta-feira (9). O motivo é a paralisação de funcionários do Imesf (Instituto Municipal da Estratégia de Saúde da Família). Por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), a constituição do órgão foi declarada inconstitucional e ele deve ser extinto pela Prefeitura.
Os servidores vinculados ao órgão, porém, são contra as 1,8 mil demissões que serão realizadas. Por isso, decidiram deflagrar uma greve de três dias – entre esta quarta e sexta-feira. Dos 140 postos de saúde, 77 são atendidos exclusivamente por funcionários do Imesf. E, do total, 139 contam com pelo menos um trabalhador do órgão.
As unidades amanheceram com portões fechados e cartazes que anunciam a paralisação. Em outros, há comunicados em folhas de ofícios informando a interrupção dos serviços prestados. Pelo menos 19 unidades sequer abriram as portas pela manhã.
E, óbvio, que quem acaba sendo prejudicado é a população. A Secretaria da Saúde estima que 90 mil moradores da Capital possam ter sido afetados pelo protesto de hoje.
No posto de saúde Bom Jesus, na zona leste, são distribuídas apenas 13 fichas para clínico geral por dia. No entanto, quase 20 pessoas foram até local, antes das 7h da manhã, para ver se conseguiam atendimento.
Manifestação no Centro
Os servidores em greve se reuniram em frente à Prefeitura da Capital entre 8h e 9h30 da manhã. Depois, seguiram em caminhada pelo Centro de Porto Alegre até a Câmara de Vereadores.
Por conta do protesto, que gerou bloqueio de ruas, houve congestionamento nas principais avenidas do Centro Histórico. Na Salgado Filho, grandes filas de ônibus que buscavam chegar aos terminais da região.
10h – Reflexos de congestionamento são sentidos na Av. João Pessoa sentido bairro/centro no viaduto da Loureiro da Silva. pic.twitter.com/n7GtcXH2Ph
— EPTC – Porto Alegre (@EPTC_POA) October 9, 2019
O que diz a Prefeitura
A Prefeitura de Porto Alegre se manifestou por meio da SMS (Secretaria Municipal de Saúde). Confira a íntegra da nota.
“A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reafirma seu papel de cumprir com o atendimento adequado para a população e declara não haver motivos para greve de profissionais do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf). Esta paralisação é motivada pelo entendimento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que declarou a inconstitucionalidade da lei que criou o Imesf, a pedido dos próprios sindicatos. A decisão foi referendada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Assim, é um contrassenso quem diz que quer continuar atendendo, deixar a população sem assistência para pleitear qualquer reivindicação. A secretaria não vai tolerar a descontinuidade do cumprimento do contrato ainda vigente e o fechamento de serviços de Saúde. Salienta-se que o modelo de atendimento que substituirá o Imesf não terá a greve como rotina, nem manterá os usuários reféns de sindicatos e interesses corporativos.”