Governo repassa R$ 93 milhões, mas crise na saúde prossegue

O governo do Estado efetuou, ontem (13), o pagamento de R$ 93 milhões para prefeituras, hospitais filantrópicos e públicos que são vinculados ao SUS (Sistema Único de Saúde). Entretanto, a crise dos hospitais prossegue, pois o valor repassado pelo governo estadual não alcança um terço do devido as instituições: cerca de R$ 300 milhões, conforme estimativa de Federação das Santas Casas Santa Casa e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS.
Conforme o governo do Estado, os hospitais receberam “um total de R$ 70,1 milhões, referente à produção de serviços (internações hospitalares e atendimento ambulatorial). Do valor integral da MAC (Média e Alta Complexidade), o Ministério da Saúde enviou R$ 56,1 milhões, e o Estado complementou com recursos do Tesouro os R$ 14 milhões restantes”, conforme nota divulgada no portal do governo estadual.
As prefeituras receberam o total de R$ 22,9 milhões. O valor foi transferido para os Fundos Municipais de Saúde para a manutenção de bases do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), bases de Regulação, UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), Centros de Especialidades Odontológicas, laboratórios regionais de próteses dentárias e equipes da área de saúde.
Protestos e cortes
Ontem, cerca de 2 mil funcionários de hospitais filantrópicos e das Santas Casas realizaram um protesto em frente do Palácio Piratini, no Centro de Porto Alegre. Os servidores pedem atenção da população em relação à crise financeira e que os repasses de verbas sejam normalizados por parte do governo do Estado.
Por conta da falta de repasses e pela tabela defasada do SUS (Sistema Único da Saúde), mais de 4,6 milhões de atendimentos pelo Sistema podem ser suspensos em todo Estado. Os cortes chegam a R$ 25 milhões por mês do co-financiamento estadual e R$ 132 milhões de repasses atrasados.
Na semana passada, a Santa Casa de Porto Alegre anunciou que irá ter que reduzir o atendimento pelo SUS na sua rede de hospitais por causa da falta de repasse de verbas da saúde pelo governo do Estado. Com a readequação, a instituição deixará de realizar mais de 437 mil atendimentos por ano.