O governo do Estado, na tarde desta segunda-feira (28), um contrato para a elaboração do Plano de Transição Energética Justa do Estado, além de MoUs (memorandos de entendimento) para projetos de H2V (hidrogênio verde). A assinatura por parte do governador Eduardo Leite ocorreu no Palácio Piratini.
Dessa forma, o Plano busca garantir que a mudança para energias renováveis e a descarbonização da matriz elétrica ocorram de maneira equilibrada, promovendo a inclusão social e o desenvolvimento econômico. Já os MoUs se propõem a desenvolver iniciativas para fomentar a cadeia de H2V, combustível com grande potencial para contribuir com o processo de transição.
TEJ
Assim, o evento do governo do Estado formaliza a contratação da consultoria formada pelo consórcio WayCarbon e Centro Brasil no Clima, responsável pela elaboração do Plano Estadual de TEJ (Transição Energética Justa). O investimento será de cerca de R$ 2,3 milhões.
O contrato inclui a entrega de 14 produtos em três etapas ao longo de 12 meses, culminando em um Relatório Final. Além disso, o Plano estabelecerá diretrizes para ações que garantam um desenvolvimento socioeconômico e ambiental sustentável, alinhando-se aos compromissos climáticos do Estado. Neste caso, em consonância especialmente com a meta de neutralizar as emissões líquidas de GEE (Gases de Efeito Estufa) até 2050.
O investimento faz parte, por fim, do programa Avançar na Sustentabilidade, no Eixo Energia, que destina R$ 52 milhões em ações que incluem o desenvolvimento de H2V e a transição energética em regiões com potencial para exploração de carvão mineral. A consultoria contratada terá 60 dias para apresentar o Plano de Trabalho, dando início à execução da Etapa 1 do projeto.
Memorandos de entendimento para projetos de H2V
Ademais, o ato também contou com a assinatura de três MoUs para fomentar a cadeia produtiva do H2V e promover iniciativas sustentáveis. Os documentos foram assinados com os municípios de São Francisco de Assis e São José do Norte. Assim, eles unem esforços para desenvolver projetos de uma alternativa energética que visa reduzir as emissões de GEE e enfrentar as mudanças climáticas.
São José do Norte se destaca pela sua proximidade com o Porto de Rio Grande e seu potencial para geração de energia eólica, já abrigando o projeto Ventos do Atlântico, que planeja instalar 150 torres de energia eólica. Por sua vez, São Francisco de Assis, reconhecido em um estudo da McKinsey & Co. como um dos locais mais promissores no Estado para a produção de H2V, possui grande potencial para geração solar e aproveitamento de biomassa.
“O Litoral gaúcho tem vocação geográfica e plenas condições para promoção de energia renovável, que tanto precisamos diante das mudanças climáticas que vivemos. Parabenizo o governo do Estado por capitanear essas soluções, que também irão alavancar nossas economias locais para ampliação dos investimentos”, declarou a prefeita de São José do Norte, Fabiany Zogbi Roig.
O MoU com a Mingyang do Brasil S.A. também foi assinado, abrangendo, além do hidrogênio verde, projetos de energia eólica onshore e offshore, energia solar e sistemas de baterias. A Mingyang do Brasil, subsidiária da chinesa Mingyang Smart Energy, é uma referência global em tecnologia de geração de energia renovável, com mais de 61 GW de projetos instalados.
Por fim, até agora, foram celebrados memorandos com as seguintes entidades:
- White Martins (dezembro de 2021)
- Enerfin (março de 2022)
- Ocean Winds (junho de 2022) – eólica offshore
- Neoenergia (agosto de 2022)
- Prefeitura de Rio Grande (fevereiro de 2023)
- Green EN.IT e Ventos do Atlântico En. Eólica (maio de 2023)
- CMPC (setembro de 2023)
- Equinor-Portos RS (setembro de 2023) – eólica offshore
- CPFL Energia (setembro de 2023)
- Arpoador Energia e Mitsubishi Power (agosto de 2024)
- Begreen (setembro de 2024)
Hidrogênio verde
A produção de Hidrogênio requer o uso de muita energia. Em especial para retirar, por hidrólise, o hidrogênio presente na água. Assim, para ter o selo “verde”, é fundamental que a produção e transporte do hidrogênio ocorra sem o uso de combustíveis fósseis ou de outros processos prejudiciais ao meio ambiente.
A denominação hidrogênio verde ocorre quando a eletricidade usada na eletrólise da água vem de fontes de energia renováveis como eólica, fotovoltaica e hidrelétrica. Daí os contratos assinados pelo governo do Estado com os municípios.