REGIÃO NOROESTE

Força-tarefa determina ações para combate à dengue em Tenente Portela

Com 1.256 dos já mais de 5 mil casos confirmados da doença em 2024, o município é o que mais sofre com a proliferação da doença no RS

Iniciativa busca frear aumento de casos na região – Foto: Patrícia Bitencurt/Ascom SES

O governo do RS, através da SES (Secretaria Estadual da Saúde) levou sua força-tarefa de combate à dengue a cidade de Tenente Portela, no Noroeste do Estado. Com 1.256 dos já mais de 5 mil casos confirmados da doença em 2024, o município é o que mais sofre com a proliferação da doença no Rio Grande do Sul.

De acordo com a prefeitura de Tenente Portela, o município já dispõe de um plano de contingência de combate à dengue, que está servindo de base para a elaboração do plano de ação construído em parceria com o Estado. O diretor-adjunto do Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde), Marcelo Vallandro, explicou que a força-tarefa está atuando em dois eixos principais: Vigilância em Saúde e Assistência em Saúde, para os quais foram criados grupos de trabalho específicos (confira abaixo).

Âmbito da Vigilância

  • convocar, na mídia, a comunidade para o engajamento num grande mutirão de eliminação de
  • criadouros como caixas d’água e pequenos depósitos;
  • avaliar a possibilidade de notificação pública coletiva para eliminação das caixas d’água não utilizadas para consumo humano;
  • utilizar larvicida;
  • ampliar equipes;
  • reforçar a capacitação das equipe na aplicação das técnicas de controle vetorial.

Âmbito da Assistência em Saúde

  • aumentar a capacidade de atendimento na atenção primária;
  • organizar o alinhamento de fluxos na rede de Saúde, de acordo com a classificação de risco;
  • orientar o fluxo de atendimento para a população indígena;
  • orientar para a formação profissionais;
  • acessar e disponibilizar exames laboratoriais e resultados em tempo oportuno;
  • avaliar a criação de espaço para hidratação e observação de pacientes conforme o sintoma.

Integram a força-tarefa profissionais de saúde e gestores dos DAPPS (Departamentos de Atenção Primária e Políticas de Saúde) e da DGAE (Gestão da Atenção Especializada) do Cevs. A diretora-adjunta do DAPPS, Marilise Fraga, ressaltou o papel da SES em dar suporte e potencializar as ações em Tenente Portela. “É importante organizar os fluxos de atendimento às pessoas que estão com suspeita de dengue e os casos já confirmados para evitar o agravamento e os óbitos”, explicou. “Estruturar as redes de assistência junto ao município, verificar as necessidades e buscar auxílio a nível estadual ou federal também fazem parte desse diagnóstico.”

O Cevs reforçou o quanto a conscientização da população é um fator decisivo no combate à dengue. Agentes de endemias e profissionais de saúde estão buscando frear a disseminação em diferentes frentes. A recomendação é a hidratação e a agilidade para procurar atendimento nas unidades de saúde, pois as equipes da Atenção Básica estão capacitadas e atualizadas para trabalhar com o protocolo da dengue.

Em reunião no centro de eventos com o prefeito em exercício, Leônidas Balestrin, gestores de saúde, representantes da Secretaria Municipal de Saúde e lideranças da Terra Indígena Guarita, as equipes fizeram um diagnóstico situacional e uma análise das estratégias em conjunto

Redentora

Em viagem ao Noroeste, a força-tarefa também esteve, nesta quinta-feira, na 15ª Coordenadoria Regional de Saúde para visitar o município de Redentora, que abriga a Terra Indígena Guarita. O objetivo foi dialogar com as lideranças indígenas sobre a situação da doença que está acometendo a região e buscar soluções conjuntamente. “É muito importante o Estado estar presente nas aldeias, verificando a situação de perto. Com cada um fazendo a sua parte, vamos superar o problema”, afirmou o prefeito de Redentora, Malberk Dullius.

Durante a tarde, a força-tarefa visitou o posto de saúde Estiva para orientar protocolos de atendimento e verificar as condições de atendimento da unidade básica. A equipe também esteve no Centro de Convivência no setor missão da área indígena.

Após a conversa inicial com a comunidade, a equipe realizou uma visita para orientar a respeito de caixas d’água, garrafas pets e outros resíduos espalhados pelo campo, alertando sobre a importância do tratamento da água com larvicidas e de outras medidas para que não ocorra a proliferação do mosquito. As visitas foram acompanhadas ainda pela equipe do polo-base da Sesai (Secretaria de Saúde Indígena).

Após a ida à área indígena, a equipe se reuniu na Secretaria de Saúde de Redentora para avaliar os fluxos de atendimento e de ações executados em na cidade. Participaram as equipes do município e da 15ª Coordenadoria Regional de Saúde.