Uma operação de fiscalização, realizada pela Seapi (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação) em parceria com o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), apreendeu 429 garrafas de vinho de alto valor em cidades da Serra gaúcha. A média de valor dos produtos à venda variava de R$ 200 a mais de R$1500 a garrafa.
As ações foram realizadas entre os dias 21 e 23 de novembro. Os municípios alvos da investida foram Gramado e Canela. Ao todo, foram 30 estabelecimentos fiscalizados, com 14 autos de infrações lavrados.
Estes locais foram notificados por manter em depósito, ou comercializar vinhos e derivados da uva e do vinho, produtos estes importados de forma ilegal. Descaminho é um crime contra a ordem tributária, onde entram no país produtos ilegais. No caso do vinho, são produtos que não passam pelo trâmite de importação legal, sem registro no Mapa. Eles chegam no consumidor sem garantia alguma da procedência, podendo até mesmo serem falsificados.
Durante a operação, algumas amostras de vinhos foram coletadas para verificação dos padrões de qualidade destes produtos apreendidos. As amostras foram encaminhadas ao Laren (Laboratório de Referência Enológica da Secretaria da Agricultura), localizado em Caxias do Sul.
Prejuízos
“Muitas vezes o consumidor final está pagando caro por um vinho que não tem garantia alguma de se tratar de um produto legítimo. Estes produtos, como não possuem garantia de origem, podem estar chegando de forma clandestina junto com agrotóxicos e outros produtos contrabandeados”, destaca Fabíola Boscaini Lopes, chefe da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal da Seapi.
Fabíola destaca ainda que esta atividade, por outro lado, prejudica o setor vitivinícola nacional que possui produtos de ótima qualidade, movimenta grandemente o desenvolvimento econômico e social regional, gerando empregos e fomentando o enoturismo em todas as regiões onde se instala.