Cotidiano

Fique Ligado: os dançarinos de Brasília

Quem é de Brasília já percebe a cidade se mexendo de um jeito diferente essa época do ano… Quem não é, vai saber agora que, na história da capital federal, não faltou gente pra bailar – e assim foram criados grandes nomes nessa arte: a arte de dançar.

Esta coluna apresenta, até 21 de abril, aniversário de Brasília, 60 motivos culturais para amar a capital federal.

48 – Gisele Santoro

Jovenzinha, beeem jovem, ela foi convidada a dançar na inauguração de Brasília. Mais tarde se casou com outro pilar cultural da cidade, o maestro Claudio Santoro. E ele concebeu o Teatro Nacional que hoje leva seu nome. Ela, o Centro de Dança do DF, bem próximo. O espaço foi reinaugurado há dois anos (depois de cinco fechado – bem como o Teatro Nacional, que assim segue há oito) e é ambiente de formação pra centenas de dançarinos. Também foi ela quem criou o Seminário Internacional de Dança de Brasilia, que ocorre há 30 anos e já premiou dezenas de bailarinos com bolsas de estudo em escolas clássicas da Europa.

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A coreógrafa e musicista Gisele Santoro – Marcello Casal Jr/Arquivo/Agência Brasil

47 – Jorge Marino

Um senhor de 76 anos com alma de criança pré-escolar, Jorge Marino é aquele que mostrou que um pouco de Pernambuco pode ser em Brasília, claro, por que não? Afinal somos a terra do bloquinho de carnaval que é filho do Galo da Madrugada, o Galinho de Brasília… Jorge Marino ensinou à cidade que pode até chamar seus pequenos viadutos de tesourinhas, mas que tesourinha também é um passo fundamental pra quem quer de fato fazer folia no carnaval. Gaúcho de Rosário do Sul, em 1985 fundou o Grupo Folclórico Passistas de Brasília, para difundir o frevo de rua e danças populares como o xaxado, o coco de roda e a ciranda pelo Planalto Central. Isso depois de quase uma década vivendo em Pernambuco, onde graduou-se mestre pela chancela do já falecido mestre Nascimento do Passo. Hoje coordena o Centro de Cultura Popular Brasileira (CePoP) e não arreda o pé da capital para brincar o carnaval…

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Jorge Marino fundou o Grupo Folclórico Passistas de Brasília – Elza Fiúza/Arquivo/Agência Brasil

46 – Giovane Aguiar

Vamos agora para a turma do contemporâneo. Tem na lista? Tem, sim, senhores e senhoras. Este é o cara do contato-improvisação, este estilo de dança tão século 21, mas não só do contato improvisação… De tudo o que é estilo desse tempo em que é difícil classificar direito o que é que a pessoa está dançando. Giovane Aguiar foi dono da Usina Centro de Dança, que fechou em 2017, mas que deixou um legado imenso. Como realizador, foi ele o fundador do Festival Internacional da Novadança, em 1996.

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Giovane Aguiar foi dono da Usina Centro de Dança – Acervo pessoal

45 – B.boy Papel

E vamos pra esse celeiro cultural chamado carinhosamente de Ceilondres, que é do lado de Taguaiorque. Ceilândia, minha gente! Ceilândia e seu hip hop, que quem acha que é sinônimo de rap, se enganou… Hip hop é ritmo (rap), é dança (break) e é grafite. E aí entra o B.boy Papel. Nascido Alan Moreira criado na terrinha, ele dança há 22 anos, desde criança, e já representou o Brasil na Suíça e na Alemanha.

É claro que faltou gente… Muuuita gente nessa lista! Entre Lívias Bennets, Normas Lílias, Julianas Drummonds, Claudes Debussys e Clemilsons Rodrigues, Brasília vai dançando, bailando. Entre passos e compassos!

*Morillo Carvalho apresenta o programa Fique Ligado