Fim de semana tem 5,8 mil migrantes resgatados no Mediterrâneo

A guarda costeira italiana socorreu pelo menos 5.800 migrantes em apenas dois dias no Mar Mediterrâneo. Este é um dos números mais elevados para um único fim de semana registrado nos últimos anos, ilustrando um momento de explosão nas tentativas de atravessar o mar que separa a África da Europa. A maior parte das pessoas chegou em segurança à Itália, mas dez pessoas morreram.
Os imigrantes resgatados foram encaminhados para o Porto de Crotone, na Calábria (Sul da Itália), onde foram socorridos. Dois supostos contrabandistas foram entregues às autoridades. As operações realizadas desde sábado mobilizaram vários navios italianos, entre eles quatro da Guarda Costeira, dois da Marinha, dois cargueiros, dois navios da polícia aduaneira e dois rebocadores. A ação também contou com o apoio de um navio-patrulha francês.
A Marinha italiana anunciou que equipes a bordo da fragata Bersagliere socorreram, somente no sábado, 778 imigrantes, além dos 675 resgatados por seu navio-patrulha. Alguns dos socorridos chegaram durante a noite à ilha italiana de Lampedusa, a mais próxima da costa africana.
Risco diário
Todos os dias, centenas de imigrantes africanos e sírios, chegam à costa italiana depois de terem sido socorridos pelos serviços da Marinha e Guarda Costeira italianas. Na costa da Líbia, de onde partem a maior parte dos barcos, a guarda costeira local interceptou cinco embarcações, carregando 500 pessoas no total. Elas foram obrigadas a voltar para a cidade de Misrata, onde há um campo de detenção de migrantes.
A quantidade de barcos partindo da Líbia aumentou desde 2011, quando o país mergulhou no caos após a queda do ditador Muamar Kadafi. No último dia 19 de abril, 750 migrantes morreram afogados no sul da Itália após o naufrágio de uma embarcação, causando comoção e indignação em toda Europa.
O número de migrantes entrando na União Europeia ilegalmente em 2014 quase triplicou, chegando a 276 mil. Pelo menos 220 mil deles chegaram via Mediterrâneo. Apenas neste ano, 1.750 morreram tentando fazer a travessia, 30 vezes mais do que no mesmo período de 2014.