A Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental) decidiu que a empresa Cettraliq, suspeita de contaminar a água de Porto Alegre, deve ser fechada definitivamente. As operações da planta da empresa que trata efluentes já haviam sido interditadas por “emissão continuada de odores em quantidades perceptíveis fora do limite”, no início do mês passado.
Para a fundação, a empresa é a responsável pelas alterações da água do Guaíba, que resultaram em mudanças no gosto e no odor do produto que chega na casa dos porto-alegrenses. Hoje a Cettraliq opera em uma área entre o DC Navegantes e a linha da Trensurb, próximo da Ponte do Guaíba, na zona Norte da Capital.
A alteração de padrão da água foi detectada, em agosto, próximo a uma rede da Trensurb, usada para bombeamento de efluentes em direção ao Guaíba. A estrutura serve para evitar alagamentos nos trilhos da empresa federal e, investigação posterior, indicou que a Cettraliq usava esta rede da Trensurb para descarte de resíduos.
A empresa de efluentes não foi notificada oficialmente da decisão da Fepam, que sugere que a planta se instale em uma área industrial. Oficialmente, não há nada que prove uma relação direta entre o descarte de resíduos pela Cettraliq e a mudança na água da Capital. Mas as amostras analisadas pela Fepam e pela Sema (Secretaria Estadual do Meio Ambiente) melhoraram após o fechamento da empresa.
Em seu site, a Cettraliq, ressalta a ausência de provas técnicas que apontem a empresa como responsável pelo odor e sabor da água de Porto Alegre. A empresa considera “ilegítimo o argumento de que suas operações trazem risco iminente ao ambiente”.
Em entrevista ao colunista de Zero Hora, Túlio Milmann, um dos sócios da empresa, Wolf Gruenberg, afirmou que foram realizadas 21 vistorias no local e nenhuma apontou prova concreta de irregularidade na operação.