O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a prisão temporária de Joesley Batista e Ricardo Saud. A decisão do magistrado ocorre após o pedido do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.
No entanto, o PGR também pedia a prisão do ex-procurador Marcello Miller, acusado de conduta criminosa ao fornecer informações para os delatores do Grupo J&F enquanto ainda estava no Ministério Público. Joesley e Saud conversaram sobre usar Miller, dando a entender algum tipo de auxílio para os executivos do grupo empresarial a negociarem os termos da delação premiada com a PGR.
Como o pedido de prisão de Joesley, Saud e Miller entrou no sistema eletrônico do Supremo com sigilo não é possível saber o conteúdo e se, por exemplo, há informações novas da investigação. A determinação da prisão, no entanto, não significa que os delatores serão presos pela Polícia Federal nesta manhã.
Joesley e Saud, que estão em São Paulo, já manifestaram interesse de ir até Brasília para se entregar à polícia na Superintendência da PF. Porém, não há definição de como eles se entregariam aos policiais federais.
Revisão do acordo da J&F
Na sexta-feira, Janot pediu ao Supremo, por meio de uma ação cautelar, as prisões do empresário Joesley Batista – um dos donos do frigorífico JBS –, do diretor de Relações Institucionais da J&F, Ricardo Saud, e do ex-procurador da República Marcello Miller.
Com os pedidos de prisão de Joesley e Saud, o acordo de delação premiada firmado entre a J&F e a Procuradoria Geral da República deve ser revisado. O termo de delação prevê que o acordo perderá efeito se, por exemplo, o colaborador mentiu ou omitiu, se sonegou ou destruiu provas.