O ex-presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) Juan Ángel Napout foi condenado nesta quarta-feira (29) a nove anos de prisão nos Estados Unidos por envolvimento no escândalo de corrupção que abalou a Fifa, conhecido como “Fifagate”. Napout terá também que pagar multa de US$ 1 milhão e devolver US$ 3,3 milhões que recebeu em propinas.
A juíza federal Pamela Chen disse que levou em consideração o histórico pessoal do também ex-vice-presidente da Fifa e seu estado de saúde para uma condenação menor. Os promotores americanos pediam que o paraguaio Napout, de 60 anos, permanecesse 20 anos na cadeia.
A advogada de Napout, Silvia Piñera, informou que recorrerá da decisão por considerar que a sentença não foi justa. “Juan é um homem de muita humanidade, generoso no seu país. Para os atos que o consideraram culpado, uma sentença de prisão de nove anos não é justa”, disse Silvia Piñera a jornalistas.
A esposa de Napout, Karin Forster, também defendeu o marido, desta cando as qualidades pessoais dele. “É um homem decente e generoso, que tratou a todos igualmente e com generosidade”, disse Karin, que acompanhou o julgamento ao lado dos filhos do casal e outros parentes de Napout.
O ex-presidente da Conmebol foi considerado culpado de conspiração para cometer crimes e fraude eletrônica. Os jurados, porém, o consideram inocente da acusação de lavagem de dinheiro.
Segundo a Justiça americana, Napout recebeu pelo menos US$ 3,3 milhões em propina de empresas que queriam comprar os direitos de transmissão de torneios da entidade que ele comandava. De acordo com a acusação, as companhias prometeram a Napout pagamento de quase US$ 25 milhões.
Ele está preso desde dezembro em Nova York, à espera de sua sentença, determinada hoje pela juíza Pamela Chen. A magistrada negou a maior parte dos argumentos da defesa para reduzir a condenação, destacando a gravidade dos crimes e o dano causado por Napout e outros dirigentes à reputação do futebol.
Além disso, Pamela Chen disse não poder compreender a motivação do ex-presidente da Conmebol para cometer o crime, já que este tinha situação financeira confortável. Por isso, ela afirmou que a sentença deveria enviar uma “contundente mensagem” para que outras pessoas não tenham atitudes similares às do condenado.
Napout poderá ganhará liberdade condicional em dois anos. Se for deportado dos Estados Unidos, ele não poderá mais voltar ao país.
Marin condenado
A Justiça americana também condenou na última semana o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin, também envolvido no “Fifagate”. O ex-dirigente da CBF, de 86 anos, recebeu uma pena menor que a de Napout e ficará quatro anos preso.