O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso de forma preventiva em Brasília no início da tarde desta quarta-feira (19). A prisão de Cunha ocorreu próximo à casa dele na Asa Norte de Brasília, por volta das 13h20. Ela é motivada sobre uma suposta fraude nos contratos de exploração de um campo de petróleo em Benin, na África.
A Polícia Federal tentava realizar a prisão de Cunha desde o início da manhã, no Rio de Janeiro, mas o ex-parlamentar estava em Brasília. Cunha aceitou se entregar e os policiais executaram a preventiva agora à tarde.
Investigado na Lava Jato, o político teve o mandado de prisão solicitado pelo MPF (Ministério Público Federal) aceito pelo juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal de Curitiba (PR). O magistrado passou a tratar do caso do ex-parlamentar depois que ele perdeu o foro privilegiado com a cassação de seu mandato.
O juiz também autorizou que Polícia Federal faça buscas no apartamento de Cunha situado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Cunha deve chegar em Curitiba entre 17h e 18h.
Réu na Lava Jato
Cunha é réu da Operação Lava Jato sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O processo estava no STF (Supremo Tribunal Federal), mas, com a cassação do peemedebista, desceu para a primeira instância, na Justiça Federal do Paraná.
O ex-deputado é acusado de receber R$ 5 milhões de propina em contas na Suíça, abastecidas com dinheiro originário de contratos de exploração de petróleo da Petrobras na África. Ele também é investigado sob suspeita de ter recebido propinas para liberar recursos da Caixa Econômica Federal, entre outros crimes.
Ele nega irregularidades e diz que as contas pertencem a “trusts” (instrumento jurídico usado para administração de bens e recursos no exterior), e não a si próprio. Sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, já é ré pela mesma acusação na Justiça Federal do Paraná.